
As primeiras pesquisas que avaliam a sucessão ao governo baiano indicam uma larga vantagem do pré-candidato Paulo Souto (DEM) contra todos os outros postulantes que, ao contrário do democrata, já estão com a candidatura na rua. São eles, a senadora Lídice da Mata (PSB) e o secretário Rui Costa (PT).
Governador por dois mandatos, com carreira pública idônea e sendo um nome consolidado na história do estado, é natural que Souto comece o processo eleitoral com uma parcela significativa das indicações de voto. Mas ninguém esperava tanto. Com a preferência de 40,8% dos entrevistados pelo Instituto Séculus em janeiro de 2014, ele está a 28,5 pontos percentuais de diferença da segunda colocada, Lídice (12,2%); e mais de 30% do candidato oficial do governador Jaques Wagner, Rui Costa (10,1%).
Aparecer assim, antes mesmo de ter sido oficializado pelo partido, o legitima a pensar ainda mais alto. Ora, os números não mentem. Souto e o Democratas ganharam o direito de vislumbrar a vitória ainda no primeiro turno. Para tanto, é preciso focar na parte do eleitorado ainda declarado como indeciso, o que representou 25,2% dos entrevistados. Souto não precisa nem da metade para levar.
Não será fácil, mas não chega nem perto do desafio de quem está lá atrás. Mesmo que Lídice, a 2ª colocada, consiga convencer toda a parcela indecisa do eleitorado ainda sobrariam 3,4 pontos percentuais de diferença para Souto. Para Rui Costa o cenário é ainda pior. Herdeiro natural da imagem política de seu mentor, o governador Jaques Wagner, Rui terá que se reinventar como alguém distante das trágicas greves do funcionalismo público (polícia, professores), da ineficiência da máquina pública baiana e o desequilíbrio nas contas do Estado.
Outro ponto complicador: ambos disputam o mesmo eleitorado. É impensável que o eleitor hoje inclinado a votar em Paulo Souto, naturalmente alguém que deseja a mudança no rumo político do estado, convença-se que Lídice ou Rui, ambos da base do governador, representem essa mudança.
Por isso que a oposição só tem um candidato possível, por mais que o PMDB esperneie. Não há como o Democratas abrir mão em um cenário como o atual, ainda por cima tendo o comando das duas maiores cidades do estado (Salvador e Feira de Santana).
ACM Neto é o principal nome do partido em âmbito nacional e surfa na popularidade de ser o mais bem avaliado prefeito do país. Zé Ronaldo conta com excelentes índices em toda a populosa região de Feira. Serão os dois principais cabos eleitorais de Souto.
A tropa de choque do DEM ainda deve contar com a ascensão de dois caciques do partido que puxarão votos pelo interior do estado em suas campanhas para a Câmara Federal: Aleluia e Paulo Azi. Como o PSDB já garantiu o vice João Gualberto, ainda soma-se à esquipe os deputados Jutahy e Imbassahy, fiéis no reforço ao bloco oposicionista.
Quem além do PMDB pensa diferente? Geddel foi mal na pesquisa, registrou 23,7% contra 15,2% de Lídice e 13,7% de Rui. Os indecisos também subiram para 29%, em claro registro de que o voto de Paulo Souto não é necessariamente transferível para o peemedebista.
Como afirmado acima, os número não mentem e o que eles estão dizendo é que o candidato a ser batido se chama Paulo Souto.
Fonte: Caminho 21