O comandante da Polícia da província de Modena, na Itália, Carlo Carrozzo, informou nesta quarta-feira (5) ao G1 que o motivo da prisão do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato no país europeu foi um mandado de prisão internacional contra ele. No momento em que foi preso, Pizzolato estava na companhia de sua mulher.

Caso Pizzolato / Arte (Foto: G1)

Carrozo relatou que a polícia italiana foi informada pela Interpol de que o condenado no processo do mensalão estava vivendo na pequena cidade de Maranello, na província de Modena.

“Havia um mandado internacional de prisão contra ele [Pizzolato]. Havíamos sido informados pela Interpol, explicou o comandante da polícia local.

Condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro, Pizzolato estava foragido da Justiça brasileira desde 16 de novembro – um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter decretado a ordem de prisão dele.

À época, a Polícia Federal pediu a inclusão do nome de Pizzolato na lista de procurados da Interpol (a polícia internacional). Ele foi o único dos 25 condenados na ação penal a não a se apresentar após os mandados expedidos.

O nome e a foto dele foram incluídos no site da Interpol no dia 18 de novembro, na lista de procurados internacionais, chamada de “difusão vermelha”. O alerta é enviado para 190 países.

O antigo diretor de Marketing do Banco do Brasil foi preso na manhã desta quarta pela polícia italiana, os “carabinieri”. Segundo Carlo Carrozo, Pizzolato foi detido na casa de um sobrinho que vive em Maranello, uma pequena cidade conhecida internacionalmente por sediar a fábrica da montadora de automóveis de luxo Ferrari.

O foragido do mensalão está detido na delegacia de Modena, a cerca de 330 quilômetros de Roma.

O comandante da polícia de Modena afirmou que a operação que prendeu Pizzolato envolveu apenas policiais italianos. Segundo ele, a Polícia Federal (PF) do Brasil se limitou a repassar informações sobre o condenado do mensalão para a Interpol.

Site da Interpol traz imagem de passaporte de Celso Pizzolato, irmão do condenado foragido (Foto: Reprodução/Interpol)Site da Interpol traz imagem de passaporte de Celso
Pizzolato, irmão do condenado foragido
(Foto: Reprodução/Interpol)

De acordo com Carrozo, após passarem um período observando a casa do sobrinho de Pizzolato nesta manhã, os “carabineri” bateram à porta e foram atendidos pela esposa do ex-diretor do BB. No momento em que ela abriu a porta, ressaltou o comandante, os policiais já sabiam que ele estava na residência.

Ao prenderem Pizzolato, os policiais encontraram com ele um passaporte falso. Conforme as autoridades policiais da Itália, mesmo sendo cidadão ítalo-brasileiro, o ex-diretor do banco estatal ingressou no país europeu com um passaporte do irmão dele, que foi alterado com sua foto. “Pizzolato estava com o passaporte do irmão, mas a foto era dele”, explicou Carrozo.

Pizzolato pode vir a responder na Itália pelo crime de porte de documentos falsos, com pena prevista no país de um ano e meio a dois anos de prisão, disse o comandante da polícia de Modena.

Fonte: G1

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