“É necessário somente uma ou duas coisas para mudar a sua vida. Nunca tenha receio de enviar a alguém uma carta ou gravação. Alguém vai te querer”, disse Breno Giacomini aos repórteres

“É necessário somente uma ou duas coisas para mudar a sua vida. Nunca tenha receio de enviar a alguém uma carta ou gravação. Alguém vai te querer”, disse Breno Giacomini aos repórteres

Com a missão de proteger o “quarterback ” Russell Wilson, Breno Giacomini ajudou o seu time a vencer o rival Denver Broncos por 43 a 8 

O treinador aposentado da escolar secundária em Malden, Massachusetts, Peter Carroll ainda se recorda um telefonema recebido da Universidade de Louisville há 10 anos referente ao seu jogador Breno Giacomini. Com um pouco mais de 2 metros de altura e abençaoado com mãos enormes, o jogador de 29 anos, filho de imigrantes valadarenses, trilhou uma longa carreira até chegar ao topo. Giacomini, nascido em Massachusetts, cresceu admirando estrelas do futebol americano como Drew Bledsoe e começou na posição de “quarterback” no time Tornadoes, quando era calouro na universidade, em Kentucky. Agora, ele segue os passos de seu ídolo no Super Bowl 2014, jogando para o Seattle Seahawks no domingo (2). Com a missão de proteger o “quarterback” Russell Wilson, Breno ajudou o seu time a conquistar o título do Super Bowl ao vencer o rival Denver Broncos por 43 a 8 pontos. O jogo ocorreu no estádio Metlife, em East Rutherford (NJ).

Após se afastar por uma temporada para se dedicar ao basquetebol, Breno retornou ao futebol americano a pedido de amigos, jogando na defesa, “linebacker” e “tight end”. Apesar de uma contusão tê-lo impedido de jogar durante uma temporada inteira, sua carreira deu uma virada na partida realizada no Dia de Ação de Graças contra o time Medford, a qual o Tornadoes venceu de 6 a 0, marcada por seus 14 “tackles” e “sack”.

“Ele não estava muito grande na época, pois pesava cerca de 225 libras, entretanto, tinha uma grande habilidade atlética”, recordou o técnico Rich Cullen. “Aquela foi a primeira vez que ele se sentiu confortável e relaxou”.

“Ele era um extraordinário atleta na escola secundária que não tinha na realidade uma posição específica no basquetebol e estava perdido no futebol. Ninguém havia notado o quanto ele era bom”, acrescentou.

Seus pais, João Giacomini Filho e Conceição Giacomini, se casaram e logo mudaram para a cidade de Malden (MA), onde Breno nasceu. Quem relata essa história é o avô do atleta, João Giacomini, de 90 anos, casado com dona Creuza, de 87, que ainda vivem em Governador Valadares (MG). Em 1980, João decidiu ir em busca do sonho americano e imigrou para os EUA, onde se tornou pintor.

“Mas ele vinha aqui esporadicamente. Tinha uma namorada, a Conceição, que trabalhava no mercado. Eles se casaram e foram embora para lá. Foi em 1984. Lembro que me aposentei no ano seguinte, que foi quando meu neto, o Breno, nasceu”, disse o Sr. João ao website Super Esportes.

O avô de Breno detalhou que não vê o neto há muito tempo, entetanto, se recorda das poucas vezes que foi visitar a família nos Estados Unidos. Ele se recordou que, da última vez em que foi a Massachusetts, o jogador ainda era criança e havia tirado notas baixas na escola. O pai de Breno ficou enfurecido e o colocou, durante as férias escolares, como seu ajudante no serviço de pintura. Aparentemente, o jovem não gostou da experiência e avisou ao pai que retornaria à escola; foi quando começou a se dedicar ao esporte. Breno se profissionalizou quando ingressou na Universidade de Louisville, Kentucky, onde graduou-se em Administração de Empresas.

Seu João disse que não entende as regras do futebol americano, mas que mesmo assim sente muito orgulho do neto. A fama afastou ainda mais Breno de seus familiares no Brasil, pois os treinamentos intensos e compromissos profissionais não deixam muito tempo para viagens. Entretanto, seu avô disse não perder as esperanças. “Eu espero que ele venha aqui agora, para conhecer a cidade, os parentes. Tenho muito orgulho dele e do meu filho. Quem sabe ele não será campeão”, concluiu.
Logo após o jogo, Giacomini foi cercado pela imprensa. “Nós temos bons atletas”, disse ele aos repórteres. “Há muitos jogadores fortes aqui. Você junta isso ao atleticismo e alguém em algum lugar vai te querer. A parte mais difícil é Massachusetts; pois fica um pouco escondido. É necessário somente uma ou duas coisas para mudar a sua vida. Nunca tenha receio de enviar a alguém uma carta ou gravação. Alguém vai te querer”.

Fonte: Brzilian Voice

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