Acompanhando o aumento da taxa básica de juros da economia brasileira, que avançou no último ano para tentar conter as pressões inflacionárias, os juros bancários cobrados nas operações com pessoas físicas também registraram alta em 2013.

De acordo com informações divulgadas pelo Banco Central nesta quarta-feira (29), os juros bancários médios dos empréstimos para pessoas físicas (com recursos livres, que excluem crédito habitacional e rural, entre ourtros) subiram 4,1 pontos percentuais em 2013, fechando 2013 em 38% ao ano. No fim de 2012, estavam em 33,9% ao ano. Naquele ano, a taxa havia recuado 5,8 pontos percentuais.

Apesr da alta em todo ano passado, os números da autoridade monetária mostram que a taxa recuou no último mês de 2013 – visto que estava em 38,5% em novembro do último ano.

Taxa de captação e juros básicos
Os números do BC mostram que os juros bancários, nas operações com pessoas físicas, subiram um pouco mais do que a taxa de captação dos bancos (que tem relação com a taxa básica da economia brasileira, fixada pela autoridade monetária). A taxa de captação dos bancos, nas operações com pessoas físicas, avançaram 3,9 pontos percentuais em 2013, passando de 8,3% ao ano em dezembro de 2012 para 12,2% ao ano no mesmo mês do último ano.

No mesmo período, os juros básicos da economia subiram 2,75 pontos percentuais. A taxa, que estava na mínima histórica de 7,25% ao ano em abril do ano passado, avançou para 10% ao ano no fechamento de 2013. Em janeiro deste ano, já sofreu nova alta, para 10,5% ao ano – atual patamar.

A explicação para o crescimento da taxa de captação, acima do aumento da taxa básica, tem a ver com a curva de juros no mercado futuro – que subiu com mais intensidade por conta da expectativa dos agentes do mercado financeiro de novos aumentos no futuro. Quando os bancos acham que os juros subirão mais no futuro, isso já é incorporado na taxa de captação naquele momento. Com isso, pagam mais pelos recursos.

Spread bancário
Com o aumento dos juros cobrados pelos bancos acima do patamar da taxa de captação, houve crescimento do chamado “spread bancário” – que é justamente a diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e aquilo que cobram de seus clientes.

O spread bancário, que é composto pela taxa de inadimplência, pelo lucro dos bancos, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios e pelos tributos cobrados pelo governo federal, fechou 2013 em 25,8 pontos percentuais nas operações com pessoas físicas (recursos livres), contra 25,6 pontos percentuais no fechamento de 2012.

A alta no spread bancário, deste modo, aconteceu, em 2013, apesar da queda da taxa de inadimplência. O spread bancário é considerado alto no Brasil.

Taxa média de empresas e geral
No caso das operações dos bancos com as empresas, ainda com base nos chamados “recursos livres”, a taxa média somou 21,4% ao ano em dezembro – com alta de 3,4 pontos percentuais frente ao patamar do mesmo mês de 2012 (18% ao ano).

Também subiu em 2013 a taxa média geral de todas as operações com recursos livres, que somou 29% ao ano em dezembro, contra 25,3% ao ano no mesmo mês de 2012. No acumulado de 2013, a taxa média de juros bancários avançou 3,7 pontos percentuais.

Metodologia
O Banco Central mudou, no início de 2013, o formato de registro dos dados relativos aos juros bancários e, ao mesmo tempo, também desativou a série histórica que vigorava anteriormente. Pela nova metodologia, as operações com recursos livres (que não têm relação com o crédito direcionado, que é rural, BNDES e habitação) passaram a englobar algumas modalidades de empréstimos, como arrendamento mercantil (leasing), descontos de cheques (operações que se assemelham com “factoring”), além de cheque especial pessoa jurídica e antecipação de faturas de cartão.

Fonte: G1

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