Por Wal Cordeiro

imagesDeus me deu a oportunidade de conhecer, basicamente, todas as capitais do Brasil e muitas cidades importantes do país e do mundo. Sempre que chego a essas cidades faço questão de observar o desenvolvimento sócio-econômico das mesmas. Comprovadamente o maior vetor de crescimento é a existência, ou não, de um aeroporto grande que dispõe de estrutura para receber aeronaves de médio e grande porte.
Não existe coisa pior do que você precisar viajar para algum lugar e saber que naquela cidade não recebe aviões maiores, precisando se deslocar para outra cidade e depois, de várias conexões e escalas, pegar um ônibus ou táxi e viajar diversas horas até o local de destino. Por isso muitas pessoas detestam viajar de avião no Brasil.
Os empresários e professores de fora que ministram nos cursos de pós-graduação em Vitória da Conquista, enfrentam esse tipo de problema mensalmente. A maioria deles vêm de Curitiba, Recife, Brasília, etc. Fazem uma verdadeira maratona até chegar à Conquista. Pegam um vôo, na madrugada de sexta-feira, para Brasília, depois de muita espera embarcam para Salvador e de lá alugam um táxi e viajam quinhentos quilômetros até a nossa cidade, chegando sexta à noite. O retorno é ainda pior! Conquista não dispõe de muitos vôos nos finais de semana. Eles precisam fazer o mesmo percurso no sentido contrário para tentar conseguir chegar às suas cidades na segunda de madrugada.
No quesito aeroporto, dá a impressão que Vitória da Conquista parou no tempo. Parece que estamos vivendo na década de oitenta! Sem falar dos constantes atrasos dos Vôos.
Lembro-me como se fosse hoje. Já faz 32 anos que aconteceu. Eu tinha apenas 10 anos de idade e estudava, no Bairro Brasil, no colégio CIENB (Centro Integrado de Educação Navarro de Brito). De que aventura eu participava? A expedição dos alunos criativos!
Sempre que não tínhamos aula, uma turma de colegas se organizava (eu estava incluído) para tomar banho na lagoa do Venceslau, conhecida como baixa do Venceslau, hoje denominada Lagoa das Bateias. E se pretendíamos arriscar mais e tomar banho em outra lagoa mais distante? Tínhamos que atravessar, por um longo período, a pista de pouso do CAMPO DE AVIAÇÃO para chegar ao local. Era o que quase sempre fazíamos!
As imagens estão vivas em minha mente, pois precisávamos passar por uma grande área proibida (essa era a emoção da aventura) a até chegarmos ao lugar de destino. Esse local era o CAMPO DE AVIAÇÃO, onde pequenas aeronaves (teco-teco), de caju em caju, aterrissavam e decolavam sob a apreciação de um bom número de alunos expectadores. Vitória da Conquista era uma cidade pequena e pouco desenvolvida, as ruas do bairro não eram asfaltadas. Muito mato em volta.
Incrível, depois de 32 anos Conquista parece que não se desenvolveu e o CAMPO DE AVIAÇÃO quase não mudou. Apenas o nome, que hoje se chama aeroporto e o nano-saguão, que não tem quase lugar para os passageiros se assentarem. As aeronaves ainda são pequenas e os vôos continuam acontecendo de tempos em tempos, em comparação com a demanda atual.
Tudo no Brasil mudou. A Bahia mudou. Porto Seguro, hoje, tem um aeroporto internacional e a cidade cresceu fenomenalmente em todos os aspectos. Se não tomarmos cuidado, Barreiras e Luis Eduardo passarão em nossa frente no quesito desenvolvimento sustentável. Dá a impressão que Conquista vai deslanchar, mas não consegue. Pode ser a falta de um verdadeiro aeroporto de porte? Ou, o aeroporto (campo de aviação ampliado) não tem porte para crescer?
O aeroporto tem um papel importante nesse processo. Observe as cidades que dispõem de estrutura e desenvolvimento sócio-econômico: Londrina (PR); Campinas (SP), Joinvilli (SC), Uberlândia (MG), Porto Seguro (BA), Pelotas (RS), Campos (RJ), Campina Grande (PB), Anápolis (GO), Juazeiro do Norte (CE), Santarém (PA), Petrolina (PE) e outras mais.
Todas têm aeroporto de porte e maioria dessas cidades é do mesmo tamanho de Conquista, só se diferencia em desenvolvimento.
Está na hora de realizarmos o segundo fórum regional “Conquista Precisa Voar mais Alto”, e chamarmos as autoridades, novamente, para discutirmos e vermos se o nosso novo aeroporto sai do papel.
Se quisermos ver Vitória da Conquista crescer em todos os aspectos, precisamos de um aeroporto que comporte todo tipo de vôo. Esse é o caminho mais lógico para o desenvolvimento de uma cidade ou região. É por isso que uma grande cidade, sempre tem um grande aeroporto!!!!
Queira Deus que as obras do novo aeroporto comecem logo. A população precisa ficar atenta, para não ser apenas mais uma obra eleitoreira e convivermos com o CAMPO DE AVIAÇÃO por mais tempo.

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