O impacto da escolha recente de Rui Costa como candidato do PT ao Governo do Estado não pareceu atingir a oposição da maneira que se imaginava. Reunidos em uma entrega de títulos de terra no Bairro da Paz, em Salvador, oposicionistas falaram sobre o assunto e, além de não revelarem surpresa, não programaram passos adiante com base no movimento petista.
 O mais contundente ao comentar a escolha do secretário estadual da Casa Civil como nome do bloco aliado foi o prefeito ACM Neto (DEM). Segundo ele, escolher o candidato com tanto tempo de antecedência não é significado de vitória antecipada, pois ainda há um longo caminho eleitoral a ser cumprido até a declaração do vencedor.
 “É natural que o tempo do governo seja esse. A condução que foi dada eu compreendo, por parte do governador, mas acho que nem sempre antecipar significa ganhar. Eu sou o grande exemplo disso. O meu principal candidato (Nelson Pelegrino, do PT) foi lançado a prefeito em 2011, muito antes de mim, e ainda assim eu venci as eleições”, avaliou.
Já o secretário municipal de Urbanismo e Transportes, José Carlos Aleluia, opinou que o PT escolheu “o que tem de melhor no momento” e que não cabe aos oposicionistas avaliarem os movimentos dos adversários e que apenas cabe ao bloco “seguir seu próprio tempo”. “Nosso tempo é o nosso tempo. Você não pode, na vida, ser um mero espelho. O espelho reflete a imagem das pessoas. A oposição não pode ser um espelho”, defendeu.
Para Aleluia, uma disputa eleitoral é sempre uma batalha entre Davi e Golias e, neste momento, o Governo do Estado e sua máquina funcionando em prol de eleger a continuidade do grupo político representa Golias. Do outro lado, os opositores tentarão prevalecer com o espírito de valentia de Davi. “Nós temos bons nomes. Qualquer um dos nossos nomes será surpresa e será recebido de uma forma muito agradável. Eu não preciso falar do adversário”.
A negativa em comentar as qualidades ou deméritos de Rui Costa também foi abordada pelo deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB), que ressaltou, por outro lado, a forma como o processo foi conduzido. Para o tucano, a fórmula de indicação de cima para baixo não convém com a história do partido e, especialmente, faz lembrar o que os próprios petistas condenavam, a exemplo da suposta maneira despótica com que Antônio Carlos Magalhães designava candidatos de seu grupo.
“É uma decisão interna do PT, a gente observa apenas um descontentamento muito grande que ocorreu em função até da maneira em que se decidiu essa escolha. Foi uma escolha muito pessoal, não foi do partido, pelo que se percebe. E o descontentamento é grande tanto dentro do PT como também entre os partidos da base aliada. Poderão até desmentir, mas o que eles nos dizem em Brasília são coisas que realmente mostram uma grande insatisfação”.
Imbassahy deseja que o processo de escolha ocorra de maneira natural e que, inclusive, inclua uma análise do adversário mais forte, mas independendo dos movimentos e “destas cosias horrorosas”, do PT. O processo natural, porém, não é exatamente o que o presidente estadual do PMDB, Geddel Vieira Lima, deseja.
Para o ex-ministro da Integração Nacional, a melhor ocasião para a decisão seria reunir o grupo e, após um grande encontro, escolher e divulgar imediatamente o nome dos oposicionistas. Uma vez que sua posição já é conhecida de todos, segundo ele próprio, Geddel diz preferir não comentar o processo.
“Eu tenho que continuar discutindo com meus companheiros desta jornada para formarmos uma aliança sólida que ofereça ao povo alternativas muito claras. A Bahia na nossa opinião não vai bem e cerimônias como estas mostram, sob a liderança do prefeito ACM Neto, que quando você tem vontade de resolver os problemas, não se omite, tem atitude diante dos problemas, você pode avançar independente de aliança com o partido A ou o B.”
Fonte: Bocão News
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