BAHIA 247

No momento em que luta para se viabilizar candidato do PT à sucessão de Jaques Wagner, o ex-presidente da Petrobras e secretário de Planejamento recebe um tiro de canhão.

José Sergio Gabrielli acaba de receber um tiro de canhão. E na pior hora. No momento em que luta para se viabilizar candidato do PT ao governo da Bahia, contra a vontade do governador Jaques Wagner, que defende o chefe da Casa Civil, Rui Costa, ele é acusado de ter fechado um contrato superfaturado de US$ 825,6 milhões com a empreiteira Odebrecht, de Marcelo Odebrecht em reportagem do Estado de S. Paulo (leia mais aqui).

O contrato diz respeito a serviços na área de segurança em dez países onde a estatal mantém atividades. Segundo a reportagem, alguns pontos questionáveis do contrato são o pagamento de R$ 7,2 milhões pelo aluguel de três máquinas de fotocópias, de R$ 3,2 milhões pelo aluguel de um terreno próprio e o pagamento salário mensal de pedreiro de R$ 22 mil nos Estados Unidos. Os pagamentos constam de documentos da companhia obtidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do grupo Estado.

Fechado na gestão de Gabrielli, o contrato foi reduzido à metade por sua sucessora Graça Foster, porque, segundo a auditoria interna, grande parte dos 8.800 itens apresentavam indícios de irregularidades. Gabrielli conta com o apoio de Lula para ser o candidato do PT na Bahia. A presidente Dilma, numa viagem recente ao estado, afirmou que a aliança nacional se sobrepõe aos acordos regionais, o que significa até a possibilidade de apoiar o vice-governador Otto Alencar, do PSD. E o governo Jaques Wagner aposta numa solução de consenso – que pode ser o seu preferido, Rui Costa.

Procurado pelo Broadcast, Gabrielli decidiu não comentar. Segundo a reportagem, o caso está sendo investigado pelo Ministério Público Federal no Estado do Rio de Janeiro. Em nota, a “Odebrecht nega veementemente qualquer irregularidade nos contratos firmados com a Petrobrás”, dizendo tê-los conquistado legitimamente por meio de concorrências públicas. Disse ainda que “não foi envolvida e desconhece o questionamento da auditoria da Petrobrás”. Seja como for, a candidatura Gabrielli fica seriamente abalada.

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