A luta faz toda diferença

A Associação dos Docentes da Uesb (ADUSB) vem através desta nota esclarecer à sociedade sobre a inconsistência da crítica feita pelo Blog da Resenha Geral, em matéria publicada nesta sexta (25). Em seus 30 anos de existência a Adusb sempre defendeu osdireitos dos trabalhadores, bem como um projeto de universidade pública, gratuita e de qualidade. Nunca se recusando a partir para o enfrentamento com o governo, independente de qual seja, em busca de melhores condições de trabalho. A autonomia e legitimidade deste sindicato é garantida, pois jamais nos afastamos de nossa base.

Em 14 de junho de 2012, protocolamos a pauta da campanha  salarial. Após intensa mobilização e de deliberar pelo estado de greve a categoria, em assembleia geral realizada em 4 de junho de 2013, decidiu por assinar um acordo que garantiu a incorporação total das Condições Especiais de Trabalho (CET) ainda em 2013 e um reajuste salarial de 7% para 2014. Através de denúncias, mobilizações e paralisações de atividades, a categoria docente conquistou ganhos notáveis e incontestáveis se comparados às demais categorias do serviço público da Bahia ou mesmo do Brasil. 

Ao analisarmos a matéria publicada pelo Blog da Resenha Geral, podemos dizer que concordamos em algo: o atual governo tem demonstrado total descaso com a educação da Bahia. Por isso, mesmo com o acordo salarial assinado, continuamos a lutar por melhorias para as universidades. No momento, docentes, estudantes e técnicos reivindicam conjuntamente aumento no orçamento das universidades para 7% da Receita Líquida do Estado. A luta é pela garantia do bom funcionamento das universidades, que atualmente atravessam uma forte crise orçamentária. Na Uesb, por exemplo, trabalhadores terceirizados estão novamente com seus salários atrasados. Fornecedores e empresas prestadoras de serviços não estão sendo pagas e ameaçam ou mesmo já suspenderam suas atividades. Estudantes tem seu direito à permanência estudantil atacado. Técnicos-administrativos sofrem com as precárias condições de trabalho e os docentes mais uma vez tem seus direitos trabalhistas como adicional de insalubridade e promoção na carreiranegados.

Atualmente diversos professores da Uesb trabalham em condições insalubres sem receber o adicional previsto em lei. Alguns docentes datam desde 2002 sem receberem seus direitos. A Adusb durante este tempo colocou o adicional de insalubridade como centralidade da luta, abriu ações jurídicas e realizou inúmeras ações políticas para que os pagamentos fossem realizados. Entretanto, a morosidade da justiça, o descomprometimento do governo e a passividade da reitoria da Uesb tem criado dificuldades para que o problema seja resolvido.

Sabemos que historicamente os direitos da classe trabalhadora são conquistados apenas com forte mobilização e não nos omitiremos desta tarefa. As ditas “manifestações de faz de conta”, assim classificadas pelo blog da Resenha Geral, geraram ainda na mesma semana do Dia Estadual de Luta (9 de outubro) a liberação de um lote de processos de mudanças de regime de trabalho e promoções  na carreira parados no governo desde o início do ano. Além disso, uma reunião com os secretários da SAEB, SEC, SERIN, reitores e movimento docente para a discussão da crise orçamentária foi agendada para o dia 29 de outubro. Assim, com base nos fatos supracitados, não é demais afirmar que as mobilizações surtem efeitos importantes no reconhecimento e na conquista de direitos dos trabalhadores. Quanto aos críticos das mobilizações, na maioria das vezes as suas afirmações mostram desconhecimento dos desdobramentos das lutas implementadas e também expressam de que lado eles estão na luta de classe. Seguiremos em frente porque a luta faz toda diferença.

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