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Segundo o jornal, as companhias, incluídas Microsoft, Google, Yahoo e Facebook, arcaram com esses custos para atender a novos requisitos de certificação implementados por decisão do Tribunal de Vigilância da Inteligência Estrangeira.
A decisão, de 2011, divulgada na quarta-feira pelo governo Obama, constatou que a incapacidade da NSA para distinguir entre comunicações puramente nacionais e tráfego estrangeiro violava a quarta emenda à Constituição, que protege os cidadãos contra buscas e apreensões injustificadas e requer mandados da Justiça para ações desse tipo.
Embora a decisão não envolvesse diretamente o programa Prism, documentos entregues ao “Guardian” por Edward Snowden descrevem os problemas que a decisão criou para a agência e os esforços requeridos para que as operações se enquadrassem ao decidido. O material oferece a primeira indicação do relacionamento financeiro entre as companhias de tecnologia e a NSA.
Um item classificado como altamente sigiloso no boletim de informações da NSA para dezembro de 2012 revela os imensos custos que a decisão acarretou.
A revelação de que dinheiro público foi usado para cobrir os custos das empresas desperta novas questões sobre o relacionamento entre o Vale do Silício e a NSA.
Desde que a existência do programa foi revelada, pelo “Guardian” e pelo “Washington Post”, em 6 de junho, as companhias vêm negando repetidamente qualquer conhecimento do assunto e insistiram em que só transmitem dados ao governo em resposta a solicitações legais específicas das autoridades.
Perguntado sobre o reembolso de custos relacionados aos requisitos certificados emitidos pelo tribunal de vigilância, o Facebook disse que “jamais recebeu qualquer remuneração relativa a respostas a solicitações de dados do governo”.
O Google negou ter participado do Prism ou de qualquer outro programa de vigilância.
O Yahoo declarou que solicitou reembolso baseado na lei que “requer que o governo reembolse fornecedores por custos incorridos em resposta a procedimentos compulsórios”. A Microsoft se recusou a responder.