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Distante do holofote político, desde quando entregou a cadeira do Palácio Thomé de Souza, o ex-prefeito João Henrique (PP), bastante criticado em segunda gestão à frente da capital baiana, deu sinais de que agora sua meta é deixar de ser “vidraça” para mirar o alvo contra aqueles que um dia foram seus aliados, entre eles o atual prefeito ACM Neto (DEM).

Em sua primeira entrevista a uma emissora de rádio, a Nova Salvador FM, depois que deixou a prefeitura, o ex-alcaide confirmou que irá estrear como apresentador em uma estação radiofônica de Salvador em um prazo de 30 dias. Esse seria um plano antigo, pois há cerca de dois anos já se noticiava que ele estaria tomando aulas de rádio, em um curso na cidade de Feira de Santana.

Sem papas na língua, o ex-prefeito demonstrou que não tem mais ligações com ACM Neto e como resposta a uma suposta indiferença do líder atual e às críticas que ainda recebe de alguns setores enumerou as obras que deixou no período de oito anos em que administrou Salvador.

O ex-prefeito atacou o que classificou como “cerco midiático” contra ele em Salvador. Segundo o progressista, grande parte da mídia no Estado “é altamente controlada por uma elite sangue azul”, que discordou de sua administração por causa da prioridade que foi dada à população mais pobre da cidade.

“Às vezes constroem uma imagem de você que não corresponde à realidade. Quando optamos por aqueles que precisam realmente de nossa ação – esses que de fato reconhecem o nosso esforço –, a elite privilegiada, abastarda que não precisa dos serviços públicos se incomoda conosco”.

Questionado sobre ACM Neto, ele foi taxativo: “Não existe relacionamento”. Em seguida fez críticas e frisou que cada prefeito que passou por Salvador deu várias “contribuições históricas”. “Os servidores públicos eram recebidos no gabinete e hoje, pergunte como eles são recebidos. Existem funcionários, principalmente, nas áreas de saúde que já dizem que eram felizes e não sabiam”, comparou ao sugerir que ACM Neto administra para as elites.

JH insinuou ainda que alguns políticos temem o seu sucesso em um possível retorno às disputas eleitorais. “Inventaram agora uma tal de inelegibilidade por quê? Porque em todas as eleições nós saímos do quinto lugar e chegamos em primeiro. Inventaram essa tal de inelegibilidade até para que eu fique fora do processo eleitoral na Bahia e no município de Salvador”, afirmou.

Numa demonstração de que vai buscar saídas para permanecer na política, ele frisou que é pré-candidato ao governo da Bahia. “Já recebemos alguns apoios, mas não quero ir para partidos que são controlados pelas mesmas famílias há 20 ou 30 anos”.

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