Terra

O Brasil pode gastar até R$ 1,3 bilhão com a “bolsa novela”, como vem sendo chamada a manobra para acelerar a adoção da TV digital no País, calcula o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Em visita ao Mobile World Congress (MWC) 2013, em Barcelona, Bernardo admitiu que o governo pretende rever as metas de implantação da TV Digital no País para acelerar a liberação das frequências hoje utilizadas pelas televisões, para as operadores de telefonia móvel. Para isso acontecer, o governo planeja bancar a compra de conversores e até aparelhos de TV para quem não puder adquirir o seu dentro do novo padrão.

“Claro que teremos que conversar dentro do governo para ver o custo disso, que seria destinado a uma faixa restrita da população”, diz o ministro, que estima que cerca de 13 milhões de famílias possam ser beneficiadas com a medida, já chamada de “bolsa novela” na imprensa.

 

Esse número é baseado nos cadastros do Bolsa Família. Fazendo rápidas contas, Paulo Bernardo estima que o conversor, que segundo ele, custa em média R$ 100, poderia até cair de preço caso o governo tenha interesse na compra, mas ainda assim o custo total da operação seria de R$ 1,3 bilhão.

 

“Nossa ideia é fazer isso de forma gradativa”, diz Bernardo.

 

Se é interesse do governo desocupar as bandas e precisa ter transmissão e recepção digital, é o governo quem tem que fazer

Paulo Bernardoministro das Comunicações

?Se por um lado acelera o processo de implantação da TV Digital, por outro lado o governo pode ampliar o prazo de desligamento das TVs analógicas, que está previsto para 2016. “(Podemos) antecipar um pedaço para 2015, e chegar até 2018, mas ainda estamos negociando com a Casa Civil para que publique um novo decreto com essas datas”, explicou. Paulo Bernardo disse que a compra dos conversores pode ser feita por leilão ou por outra modalidade que pudesse ser mais rápida e facilitar o processo. “Isso pela necessidade de desocupar logo a faixa”, completa.

 

Em princípio, o governo arcaria com os custos e as operadores não teriam que pagar pela desocupação das bandas usadas pelas TVs, de acordo com o ministro. “Se é interesse do governo desocupar as bandas e precisa ter transmissão e recepção digital, é o governo quem tem que fazer”, disse, deixando a discussão aberta na Anatel através de uma audiência pública em cima da portaria sobre o tema já publicada pelo Minisério das Comunicações na semana passada.

 

Apesar do governo já estar prevendo o edital para o leilão de banda larga na banda de 700 GHZ, hoje utilizadas pelas televisões analógicas, o ministro disse que a migração ainda não está totalmente acertada. “Ainda temos que seguir discutindo com as TVs, garantido que todas elas caibam na reacomodação do sistema e garantimos que vai caber todo mundo disse”, declara, apesar de saber que existem problemas como em Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. “Vamos pegar o mapa Do Brasil, recortar essas áreas e fazer uma definição. o que não posso é fechar as televisões de Campinas”, afirmou, se referindo a um estudo feito pela Anatel sobre o problema. “Em certos lugares o sinal da TV Digital é mais fraco que o da análogica e vai precisar de ser arrumado”, finaliza.

 

 

Mobile World Congress
O Mobile World Congress (MWC) se realiza de 25 a 28 de fevereiro em Barcelona. A feira, cuja primeira edição se realizou em 1987, é considerada a maior feira de dispositivos móveis, com foco em telefones celulares, do mundo. Neste ano são esperadas mais de 70 mil pessoas, num evento que deverá ter 3,5 mil delegados, mais de 1,7 mil expositores e 90 mil metros quadrados. Em 2012, foram 1,5 mil expositores em 70,5 mil m2.

 

Entre os destaques de 2013 estão executivos de empresas como Telefónica, Nokia, Mozilla, Vodafone, Nielsen, IBM e Dropbox. Tecnologias como o NFC, celulares com HTML5, cloud, telefonia IP e lançamentos na área – em especial o Samsung Galaxy Note 8.0 e o Optimus L Serie II, da LG, são esperados no evento.

Compartilhe