G1, com informações da Reuters

Depois de oscilar ao longo do dia, o dólar encerrou o último pregão oficial de 2012 com alta de 0,05%, vendido a R$ 2,0447. No ano, a moeda norte-americana acumulou valorização de 9,4% – ao final de 2011, o dólar era vendido a R$ 1,869.

Oficialmente, esta sexta-feira (28) é o último pregão no mercado de câmbio brasileiro. Na segunda-feira, porém, haverá operações de câmbio no mercado à vista, segundo o analista Jason Vieira.

Em meio a medidas do Ministério da Fazenda e do Banco Central, o dólar passou a barreira dos R$ 2 no dia 15 de março – patamar que não era alcançado desde 10 de julho de 2009.

Dólar em 2012 (Foto: Editoria de Arte/G1)

Mas a escalada da moeda ganhou força no final do ano e, depois que o dólar ameaçou encostar em R$ 2,14 no fim de novembro, o BC abriu fogo contra a valorização e usou diversas armas para reverter esse movimento.

Diante de um período sazonal de maior saída de dólares do país, a autoridade monetária realizou diversos leilões de venda de dólares com compra conjugada para prover liquidez ao mercado, além de anunciar medidas para incentivar a entrada de dólares no país, ações que indiretamente também ajudaram a influenciar a taxa de câmbio.

Na quarta-feira, no entanto, o BC surpreendeu o mercado ao fazer dois leilões de swap cambial tradicional – equivalentes a venda de dólares no mercado futuro– mesmo com a moeda em queda e em torno de R$ 2,07, nível em que operadores já viam uma estabilização para o fim do ano.

Analistas acreditam que recentes sinais de pressão sobre os preços pesaram e por isso a autoridade monetária intensificou o controle sobre o câmbio.

Como existe a vontade de deixar a taxa de juros estável na mínima histórica de 7,25% em 2013, o dólar muito valorizado poderia ser um grande vilão para a inflação no ano que vem.

“O BC tem que monitorar a inflação e a variação cambial. Vejo juros estáveis ano que vem e a inflação dentro do esperado”, disse afirmou o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.

O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, vê preocupações com o nível de endividamento externo das empresas brasileiras, que aumentou significativamente este ano devido à valorização do dólar.

“(O controle da taxa de câmbio) não é tanto por causa da inflação – que obviamente é uma preocupação para o BC –, mas você tem a questão dos empresários brasileiros que acabaram se internacionalizando”, afirmou.

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