Tribuna da Bahia

Os candidatos democrata e republicano chegaram ontem, a dois dias das eleições presidenciais dos EUA, empatados nas pesquisas. São muitos os temas que podem levar os eleitores do país a escolher por um dos lados.
Algumas das principais posições do presidente Barack Obama e de seu adversário republicano Mitt Romney sobre importantes assuntos antes das eleições de amanhã ainda mobilizam o país.
Na área da economia, o candidato Romney afirma que Obama falhou em reativar a economia americana desde o início da crise financeira, e promete ser um “agente da mudança” para restaurar a saúde econômica do país. Quer criar milhares de empregos ao promover o crescimento através de impostos mais baixos, mercados abertos e exploração de gás e petróleo americanos. Ele propôs cortar as alíquotas do imposto de renda em 20%, eliminar taxas sobre rendimentos de investimentos e reduzir os impostos sobre as empresas.
Já Barack Obama defendeu seus esforços para reativar a economia americana, ressaltando seu resgate da indústria automobilística. Prometeu reduzir o déficit americano em 4 trilhões ao longo de dez anos e implementar o chamado ‘“Buffett rule”, aplicando um imposto mínimo de 30% sobre indivíduos que ganhem mais de 1 milhão de dólares por ano. Ele também quer criar um milhão de empregos na indústria até 2016.
Quando o assunto é o aborto e a contracepção, Romney se opõe à “Roe v. Wade”, decisão de 1973 tomada pela Suprema Corte americana que defende o direito da mulher ao aborto. Ele apoia uma proibição do aborto, exceto em casos de estupro, incesto ou risco para a vida ou a saúde da mãe. Quer acabar com os subsídios federais para centros de planejamento familiar. Romney também criticou a reforma do sistema de saúde promovida por Obama, já que isso obrigou os empregadores, incluindo instituições religiosas, a cobrir os custos de contracepção para seus empregados.
Barack Obama, que apoia o acesso ao aborto, acredita que “as escolhas de uma mulher quanto a sua saúde são decisões pessoais, são tomadas de uma forma melhor com seu médico – sem a interferência de políticos”.
Em lados opostos sobre a defesa dos direitos dos gays, Romney se opõe ao casamento e à união civil entre pessoas do mesmo sexo, e apoia uma emenda constitucional que define o casamento como uma união entre um homem e uma mulher. Ele se opôs à revogação do “Don’t ask, don’t tell”, que proibia gays servindo nas Forças Armadas de anunciar publicamente sua opção sexual, mas anunciou que não vai tentar retomar esta política.
Obama – que se opôs ao “Don’t ask, don’t tell” – foi o primeiro presidente americano a apoiar os direitos dos homossexuais ao casamento. Ele disse que isso é uma crença pessoal, mas afirmou que a decisão de legalizar o casamento gay seria uma decisão deixada para cada estado separadamente.
Contra os imigrantes
Mitt Romney afirmou que espera que imigrantes ilegais se “autodeportem” dos Estados Unidos se as condições de trabalho e de habitação se tornarem suficientemente inóspitas para eles. Ele criticou a legislação congelada há muito tempo no Congresso que concederia direitos a alguns imigrantes ilegais. Também acusou Obama de não fazer o suficiente para frear a onda de imigrantes ilegais que se dirigem aos Estados Unidos.
Obama é um simpatizante da legislação “Dream act”, atualmente paralisada no Congresso, que propõe suspender a deportação de filhos de imigrantes ilegais. Em junho, ele anunciou medidas que colocam em vigor muitas das propostas da legislação, garantindo a jovens imigrantes ilegais vistos de residência e trabalho desde que eles se enquadrem em certas condições, incluindo não ter registro criminal.
Sobre o controle de armas, Romney interpreta estritamente a Segunda Emenda da Constituição Americana, que consagra aos americanos o direito de portar armas.
Ele se opõe a qualquer nova legislação federal que restrinja a compra de armas de fogo, e recebeu o aval da Associação Nacional do Rifle, o poderoso lobby de direitos de armas. Obama se comprometeu a respeitar a Segunda Emenda, mas apoia reforçar as verificações de antecedentes dos compradores de armas. Ele espera aumentar as restrições sobre a venda ao público em geral do tipo de armas automáticas que foram utilizadas na maioria dos tiroteios em massa mais mortais nos Estados Unidos. Liberais dizem que ele não fez o suficiente nesta questão.
