G1, no Rio

O técnico em ortopedia Fabiano José Rodrigues, de 37 anos, perdeu três parentes e um primo ferido foi internado após um ônibus sair da pista e cair em uma ribanceira na Rodovia Rio-Teresópolis (BR-116). O acidente desta segunda-feira (22) matou 11 e feriu ao menos mais 19 pessoas.

Rodrigues passou parte da madrugada desta terça-feira (23) no Instituto Médico-Legal (IML) no Centro do Rio de Janeiro. Ele disse que perdeu um tio, uma tia e a mãe da tia no acidente. Ele ainda afirmou que um primo que se feriu no acidente estava internado.

Rodrigues estava revoltado com a tragédia. “Eles têm que tomar uma providência para não matar mais gente. Falta de profissionalismo deles”, afirmou, ao se referir à suspeita de que o acidente ocorreu por falha nos freios do ônibus. “Pagar o enterro não vai trazer a vida de ninguém de volta”, disse.

Peritos de Polícia Civil vão investigar se oônibus que saiu da pista e caiu em uma ribanceira teria perdido o freio antes do acidente. A falha técnica é uma das hipóteses investigadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que também trabalha com a possibilidade de o motorista, que também morreu, ter passado mal.

A linha de investigação da PRF é baseada em relatos de testemunhas, que viram o ônibus, da empresa Auto Viação 1001, descer a serra na contramão, com o alerta ligado. A técnica de enfermagem Sônia Tambara e o aposentado Sebastião Tambara seguiam para Teresópolis quando viram o ônibus descer a serra na contramão.

Sebastião diz que conseguiu desviar, mas o veículo colidiu na lateral do carro. O casal fez o retorno para ir atras do ônibus e tentar pará-lo, mas não achou mais o coletivo na estrada. “Descemos a serra até a delegacia e ao chegar lá fomos saber do acidente”, contou Sônia. “A gente ia bater de frente. Descemos rezando o terço juntos”, completou.

Segundo peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, o tacógrafo, que registra a velocidade do ônibus, marcava 80 km/h. A velocidade máxima permitida é de 60 km/h. A polícia também afirmou que não há marcas de freio. O onibus será levado para o pátio da empresa e lacrado ate a polícia ir ao local fazer uma perícia mais aprofundada. O caso foi registrado na 67ª DP (Guapimirim).

A 1001 informou que faz manutenção constante nos veículos e que vai investigar se o veículo acidentado havia tido o freio inspecionado recentemente. A companhia disse que vai divulgar o nome dos mortos nesta terça-feira (23).

Mapa da região do acidente com ônibus na Rio-Teresópolis (BR-116) (Foto: Editoria de Arte / G1)

O ônibus saiu da cidade de Itaperuna, no Noroeste Fluminense do Rio, às 9h da manhã desta segunda-feira (22) com 29 pessoas, segundo a 1001. A assessoria disse ainda que, na hora do acidente, o número de passageiros poderia ser maior, já que o ônibus parou em outras cidades, como Miracema, Santo Antonio de Pádua, Pirapetinga e Além Paraíba. O destino do veículo era o Rio de Janeiro, com chegada prevista para 16h.

Segundo o Corpo de Bombeiros, pelo menos oito pessoas ficaram feridas. A CRT, companhia que administra a rodovia, informa que socorreu outros 11.

A 1001 divulgou os nomes dos seguintes feridos: Paola Alves de Farias, Daniel dos Santos Oliveira, Ernestina Santos, Weika de Souza Malaquias, Vamilton de Souza, Emerson Turques da Silva, Maria Célia Dinez, José Severino da Silva, Tlegio de Andrade, Paulo Paban, Maria Eduarda Lopes, Reiner Neas, Guiomar Pereira da Silva, Amilcar de Oliveira e Cláudia Maria da Silva. Uma pessoa ainda não foi identificada.

Os corpos dos mortos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) do Centro do Rio. Segundo a PRF, 10 vítimas morreram no local e apenas uma, a caminho do hospital. Dez corpos estão no IML, sendo cinco homens e cinco mulheres. Dois casais tiveram os corpos reconhecidos pelos familiares.

Segundo os bombeiros, os oito feridos socorridos foram levados para o Hospital das Clínicas de Teresópolis (5 vítimas), o Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, na Baixada Fluminense, (1 vítima) e o Hospital Municipal Miguel Couto (2 vítimas), na Gávea, Zona Sul do Rio.

De acordo com a CRT, os 11 feridos pela concessionária foram levados para o Hospital das Clínicas de Teresópolis, Hospital Adão Pereira Nunes e Hospital Municipal José Rabelo, em Guapimirim. Até 18h20, a empresa não havia informado quantos feridos haviam sido levados para cada unidade.

A Secretaria municipal de Saúde confirma a chegada de dois feridos no Miguel Couto, um homem e uma mulher. Ele é alemão, tem cerca de 50 anos e está em estado grave, com várias fraturas pelo corpo. Ainda não há informações sobre o estado da mulher.

Segundo a Concessionária Rio-Teresópolis, a via chegou a ficar interditada por 35 minutos, foi liberada.

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