G1

A presidente Dilma Rousseff iniciou oficialmente sua semana de trabalho nesta segunda-feira (13) em reunião com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, responsável pela gestão do funcionalismo público federal. Um dos assuntos que seriam tratados, segundo a assessoria da pasta, é a greve de dezenas de categorias de servidores no país.

A reunião de Dilma e Miriam durou cerca de duas horas. Após o encontro, Dilma foi almoçar no Palácio da Alvorada e alterou sua agenda para incluir despacho com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, logo no início da tarde. Também por volta das 13h30, a titular do Planejamento deve se encontrar com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, que depois, se encontra com Dilma no fim da tarde.

Diante da paralisação de diversos serviços públicos na semana passada, o governo agendou uma série de reuniões nesta semana com sindicatos para negociar reajustes e melhorias na carreira. A rodada de negociações entre o Planejamento e os grevistas deverá ocorrer até o dia 17 de agosto e serão conduzidas pelo secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça.

O início das neegociações está prevista para esta terça (14), em três reuniões com a Condsef (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), que representa 26 categorias em 25 estados e no Distrito Federal. Na primeira delas, a entidade deve discutir a equiparação do salário dos servidores de ensino superior com a remuneração de estatístico, engenheiro, geólogo, economista e arquiteto. Ocupantes desses cargos recebem valores mais altos, conforme uma tabela diferenciada criada pelo governo em 2010.

O cronograma de reuniões para os demais dias dessa semana ainda não está definido, segundo a pasta. Os grevistas têm pressa em negociar com o governo porque termina no dia 31 de agosto o prazo para incluir reajustes com pessoal no Projeto de Lei Orçamentária. qualquer aumento salarial negociado após essa data terá de aguardar o orçamento de 2014 para ser efetivado.

Na semana passada, o Planejamento informou, por meio de sua assessoria, que está analisando qual “espaço orçamentário” disponível para aumentos. O Planejamento estima que entre 75 e 100 mil servidores federais do Executivo aderiram à greve, o que representa 15% a 20% dos 500 mil funcionários ativos. Os sindicatos falam em até 300 mil servidores parados.

Segundo cálculos da própria pasta, caso as reinvindicações de todas as categorias de todos os poderes fossem atendidas – incluindo aumento salarial e reestruturação de carreiras -, o gasto adicional na folha de pagamento seria de R$ 92,2 bilhões, o que equivale a 2% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Atualmente, a folha de pagamentos custa R$ 190 bilhões, valor que representa 4% do PIB. Os sindicalistas rebatem esses números.

Apoio das centrais
Neste domingo (12), cinco das principais centrais sindicais do país divulgaram nota manifestando apoio às greves e desfiando críticas às tentativas do governo de pôr fim às paralisações. O texto, assinado por dirigentes da CUT, Força Sindical, CTB, UGT e Nova Central, diz que “é legítimo os trabalhadores paralisarem as atividades para reivindicar melhores condições de vida e de trabalho”.

A nota compara a postura do governo Dilma à de gestões passadas ao apontar “falta de negociação entre as partes”. As centrais condenaram o corte do ponto pelos dias parados e a substituição de grevistas por servidores estaduais.

As centrais repudiaram o que chamaram de “autoritarismo” e disseram que as medidas “servem apenas para acirrar os ânimos e por lenha na fogueira do descontentamento do funcionalismo público federal”.

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