Do G1, com agências internacionais *

O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unidoencolheu 0,7% no segundo trimestre deste ano, segundo a primeira estimativa publicada nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês), um índice que confirma o agravamento da recessão britânica.

A Grã-Bretanha entrou em sua segunda recessão em quatro anos no final do ano passado, e os últimos dados marcam um terceiro trimestre consecutivo de contração.

O dado levanta questões sobre a habilidade do ministro das Finanças britânico, George Osborne, para conduzir medidas de austeridade em um momento de recessão.

O ONS já tinha adiantado que o feriado do Jubileu de Diamante da rainha Elizabeth teria um impacto negativo no PIB. No entanto, um funcionário do órgão disse que ainda é muito cedo para quantificar o tamanho desse impacto.

A contínua deterioração da economia britânica irá pressionar Osborne a desacelerar o ritmo das medidas de austeridade, que, segundo críticos, estão atravancando o crescimento.

Osborne disse que os dados decepcionantes confirmam os problemas econômicos do Reino Unido. ‘Mas, dada a situação da economia mundial, precisamos de foco e os recentes anúncios nos segmentos de infraestrutura e crédito mostram que é exatamente isso que estamos fazendo’, disse ele, em declarações veiculadas pela imprensa britânica.

Segundo o jornal britânico “Guardian”, o dado deixou analistas desapontados. O economista Howard Archer, da IHS Global Insight, disse ao jornal que os números divulgados hoje foram “uma surpresa, de fato, muito desagradável”. O oposicionista Partido Trabalhista afirmou que a contração de 0,7% no trimestre era um “veredicto desastroso sobre o fracassado plano de George Osborne” para a economia do país.

Essa contração se soma às registradas durante o último trimestre de 2011, de 0,4%, e nos três primeiros meses deste ano, de 0,3%, quando tecnicamente o Reino Unido entrou em recessão.

Risco de contágio
A Grã-Bretanha lidera a lista de economias externas com maior risco de ser contagiada por qualquer escalada na crise da zona do euro por causa de suas relações comerciais e bancárias com o bloco de moeda única, mostrou um estudo do instituto de risco político Maplecroft divulgado na véspera.

O estudo organizou uma lista de classificação de 169 países de acordo com o nível comercial de cada um deles com a zona do euro, que enfrenta uma crise de dívida, assim como a resistência interna para uma desaceleração.

“Os impactos para essas economias incluem redução na produção industrial, perda de competitividade e dívidas soberanas que poderiam provocar níveis insustentáveis devido ao aumento dos rendimentos”, apontou a Maplecroft.

A Grã-Bretanha faz parte da União Europeia, mas não da zona do euro. Problemas fiscais britânicos combinados com fortes relações comerciais com a zona do euro tornam sua capacidade de reação a uma piora na crise econômica no bloco “severamente limitada”, segundo o estudo.

Um colapso de grandes economias da zona do euro poderia reduzir o comércio britânico em 7% e provocar perdas equivalentes a 7% do PIB aos bancos britânicos devido à exposição deles a bancos da zona do euro e a títulos soberanos, acrescentou.

(*) Com informações das agências de notícias Efe e France Presse

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