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A Bolsa de Valores de São Paulo foi a melhor aplicação de janeiro. O Ibovespa subiu 11,13%, o melhor desempenho para um primeiro mês de ano desde 2006. Com isso, recupera parte das perdas de 2011, um ano difícil e de muito nervosismo para o investidor. O Ibovespa foi a pior aplicação do ano passado, com queda de 18,11%, reflexo da aversão a risco que tomou conta dos aplicadores no mundo. Do outro lado, os investimentos que refletem busca por proteção e conservadorismo dispararam. O ouro foi o mais rentável no ano passado, com alta de 15,85%, seguido pela inflação medida pelo IPCA (títulos indexados, +12,9%) e pelo dólar (+12,32%).

Confira o ranking dos investimentos

Números de janeiro, em variação %

Fabio Colombo

Em janeiro, títulos indexados ao IPCA ficaram em segundo lugar em rendimento, com máxima de 1,05%. Os fundos de renda fixa vieram logo atrás, com retorno máximo de 1%. Na lanterna, a moeda da Europa caiu 5,71% e só não perdeu para o dólar, que amargou baixa de 6,53%.

As notícias vindas da Europa e EUA melhoraram o humor dos mercados, lembra o administrador de investimentos Fabio Colombo. Nos EUA, a indicação do Banco Central (FED) de que os juros ficarão baixos até 2014 e a perspectiva de um crescimento maior da economia melhoraram os humores em relação ao mercado de renda variável no Brasil. Na Europa a redução do custo de mercado das dívidas da Itália e Espanha foram as molas propulsoras da reação forte dos mercados acionários em todo o mundo.

Bolsa sobe 11,13% no mês e tem maior alta em janeiro desde 2006

Dólar cai 6,5% no mês e espera mais fluxo em fevereiro

No Brasil, a redução de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ajudou a impulsionar ainda mais a renda variável. A taxa Selic caiu de 11% para 10,5% ao ano, dentro das expectativas do mercado, e a autoridade monetária deixou indicado que os juros deverão descer ao patamar de um digito.

Segundo Colombo, a alta do Ibovespa indica uma melhora relativa, mas não significa que os problemas na Europa e nos Estados Unidos acabaram e deixarão de trazer surpresas. Ele espera, no entanto, que a renda variável supere a renda fixa este ano.

Para ele, as variáveis a serem acompanhadas em fevereiro são o acordo sobre a dívida da Grécia, a evolução do custo de rolagem das dívidas da Itália e Espanha e as projeções sobre a desaceleração da economia europeia e suas consequências para as demais economias. Vale a pena ficar de olho também nos dados reais sobre o crescimento das economias da China, EUA, Europa e Japão e no nível de crescimento e inflação na economia doméstica.

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