Equipes de busca e salvamento ainda procuram 2 pessoas nesta quinta.
Dois corpos foram encontrados nesta manhã em Jamapará.

Do G1 RJ

Subiu para 20 o número de vítimas do deslizamento em Jamapará, em Sapucaia, no Centro Sul Fluminense, segundo informou a assessoria da Defesa Civil do estado do Rio nesta quinta-feira (12). Dezenove pessoas morreram em decorrência do deslizamento de terra que atingiu oito casas no distrito de Jamapará e uma decorrente de uma casa que desabou no município.

Ainda segundo a Defesa Civil estadual, as vítimas são 16 adultos – 11 homens e 5 mulheres – e 4 crianças – um menino e três meninas.

Equipes de busca e salvamento continuam no local à procura de outros dois desaparecidos e contam com o auxílio de cães farejadores.

Corpos achados em Fusca
Na quarta-feira (11), foram encontrados cinco corpos dentro de um Fusca. As duas mulheres, dois homens e uma criança de aproximadamente 10 anos da mesma família tinham se escondido no veículo com medo da chuva, e acabaram soterrados. A casa da família, no entanto, não foi atingida. Parentes da família disseram que uma das vítimas estava grávida de três meses.

Arte Sapucaia Grande (Foto: Arte G1)

Cortejo
As buscas só foram interrompidas para a passagem de mais um cortejo. Era o enterro de Francisco Martins, de 82 anos. As filhas contaram que ele não quis sair de casa durante a chuva forte de segunda-feira (9).

“Meu pai só deu um grito. Ai me acode”. Aí quando eu gritei ele, ele não respondeu mais. Se ele saísse junto com a gente, ele estaria aqui agora não é?”, falou Maria Aparecida Martins, uma das filhas da vítima.

Enterro
Na terça-feira (10), três vitimas do deslizamento que soterrou oito casas em Jamapará tiveram que ser enterradas à noite. Não havia condições de esperar o amanhecer.

Pela manhã, as famílias que saíram das casas interditadas pela Defesa Civil puderam voltar para pegar móveis, eletrodomésticos e objetos pessoais.

“Estamos na luta aí correndo atrás para tirar o que puder”, comentou o segurança Sebastião dos Santos.

Mapeamento no estado
Na quarta, o vice-governador Luiz Fernando Pezão fez uma visita à Jamapará. Na ocasião, ele prometeu que em no máximo dois anos todo o estado do Rio será mapeado para a identificação das áreas de risco.

O município de Sapucaia não entrou na lista dos 31 municípios prioritários para serem mapeados pelo governo. Segundo Pezão, os 60 restantes – a cidade do Rio já realizou o estudo – serão analisados até o fim de 2013.

“Estamos fazendo aos poucos mesmo, vamos apresentar aos prefeitos, fizemos (o mapeamento) de 31, já tínhamos feito dos municípios da Região Serrana e agora vamos complementar com todos os municípios, porque não dá para fazer os 91, já que o Eduardo Paes (prefeito) já tinha feito dentro da cidade do Rio de Janeiro, então até o final de 2013 nós vamos entregar os outros 60 que faltam”, afirmou ele, que presenciou o cortejo de mais uma vítima que foi enterrada.

Jamapará foi mapeada, diz Defesa Civil

Vice-governador Pezão visita distrito de Jamapará, em Sapucaia (Foto: Carolina Lauriano/ G1)Vice-governador Pezão visitou distrito de Jamapará,
na quarta-feira (Foto: Carolina Lauriano/ G1)

O secretário estadual de Defesa Civil, Sérgio Simões, informou que uma equipe do Departamento de Recursos Minerais do estado (DRM) fez um mapeamento da área de Jamapará que foi atingida pelo temporal, para saber de fato quantas casas correm risco de desabamento e precisam ser interditadas. Esse estudo, segundo ele, já está com a Defesa Civil de Sapucaia.

“Nós vamos apoiar o prefeito no que ele precisar para ajudar, para reconstruir essas casas. Apoiá-lo com infraestrutura, se precisar desapropriar terreno, nós vamos apoiá-lo no que ele precisar através do programa Somando Forças. E pleitear à presidente Dilma que se estenda ao interior o Minha Casa Minha Vida”, disse o vice-governador do Rio.

Pezão falou que o governo vai  fazer intervenções também em outras áreas atingidas pelas cheias do Rio Muriaé.

“Ali é uma obra que vai demandar estudos e trabalhos da Agência Nacional de Águas. O governo federal está capitaneando esse trabalho. O governador determinou que a gente faça intervenções na área que nos cabe, que é em Laje do Muriaé. Vamos fazer o canal extravasor e o desvio do rio, para tentar minorar esse sofrimento. As outras intervenções, a barragem de Cantagalo, o canal extravasor de Italva, de Cardoso Moreira, depende de estudos federais porque ali são cinco rios que vêm de outros estados, quatro de Minas e um do Espírito Santo”, explicou o vice-governador.

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