Em duas notas, pasta dá versões diferentes sobre tentativa de transferir recursos

O Ministério da Integração Nacional se contradisse nesta sexta-feira (6) ao buscar explicações sobre a tentativa de tirar dinheiro da transposição do rio São Francisco para direcioná-lo a uma barragem em Pernambuco, berço político do ministro Fernando Bezerra Coelho. A iniciativa foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo na edição de hoje.

Em nota divulgada nesta tarde, a pasta nega que a intenção tenha sido trocar diretamente recursos de uma obra para outra, mas outro comunicado enviado na quinta-feira (5) pelo próprio ministério afirmava ter acontecido o pedido de remanejamento de recursos do São Francisco para atender à barragem Serro Azul, na Zona da Mata Pernambucana.

Na nota divulgada hoje à tarde, o ministério busca negar a informação de que a pasta tentou retirar R$ 50 milhões da transposição para destiná-los à barragem de Serro Azul.
“Não é correto afirmar que houve solicitação do Ministério da Integração Nacional para remanejamento direto de recursos do Projeto de Integração do Rio São Francisco – PISF para a Barragem de Serro Azul. O que ocorreu, de fato, foi uma solicitação de ajustes em diversas programações do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, com redução de valores em várias ações do PAC (incluindo PISF) e acréscimos de valores em outras ações (incluindo Serro Azul)”, diz o comunicado.

Ontem, porém, o próprio ministério admitiu que o pedido era de uma troca direta entre as duas obras. “Foi necessário envio de solicitação ao Congresso Nacional para alteração da proposta orçamentária visando incluir recursos suficientes para a execução da barragem de Serro Azul para o exercício de 2012. Os recursos propostos para a suplementação adviriam de ações alocadas no âmbito do Projeto de Transposição do Rio São Francisco”, afirmava a outra nota, enviada anteriormente.

A retirada de recursos da transposição do São Francisco foi barrada pelo Congresso Nacional por pressão da bancada do Nordeste. O ministério argumenta que tirar R$ 50 milhões da obra não impactaria o ritmo de execução das obras. O ministério foi procurado para explicar a contradição nas notas, mas ainda não se pronunciou.

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