O Brasil tem mais de 11 milhões de pessoas vivendo em 6.329 favelas por todo o País é o que revela o Censo Demográfico – Aglomerados Subnormais de 2010, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses 11.425.644 brasileiros representam 6% da população. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (21).

O levantamento teve como base o mapeamento das áreas consideradas subnormais – regiões com, no mínimo, 51 unidades habitacionais carentes – que ocupam terreno público ou particular (invadido ou não) e que se encontram de forma desordenada e densa. Regiões com menos de 51 barracos foram consideradas pelo estudo como áreas urbanas regulares.

O conceito aglomerado subnormal foi utilizado pela primeira vez em 1991 com o objetivo de explorar a diversidade de assentamentos irregulares existentes no País, conhecidos como invasões, grotas, baixadas, vilas, ressacas , palafitas, entre outros. No Censo 2010, o IBGE adotou inovações metodológicas com rastreamento das regiões por imagens via satélite, visitas e reuniões com comissões municipais. Segundo o estudo, favelas como Rocinha e Paraisópolis são fáceis de se identificar porque fazem fronteiras com bairros elitizados, no entanto, a maioria das favelas se mistura com outros bairros, o que apenas um satélite pode distingui-los.

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Durante o processo de elaboração do Censo Demográfico dos bairros carentes brasileiros, realizado entre 1º de agosto a 30 de outubro de 2010, foi constatado um cenário equilibrado em relação ao sexo dos moradores. O estudo apontou uma diferença pequena entre mulheres (5,8 milhões) e homens (5,5). Nesses locais, considerados 5,6% do território nacional, quase 3,3 milhões de unidades habitacionais foram construídas.

Sudeste concentra metade das favelas do País

Metade das casas em favelas está na região Sudeste do País (49,8%). O destaque fica para o Estado de São Paulo, com 23,2% das casas. O Rio de Janeiro vem em segundo, com 19,1%. Já a região Nordeste abriga 28,7% do total, sendo 9,4% na Bahia e 7,9% em Pernambuco. O Norte reunia 14,4%, com 10,1% no Pará. As regiões Sul e Centro-Oeste a ocorrência foi menor, com 5,3% e 1,8% respectivamente.

Ao montar um ranking dos Estados com maior representação de aglomerados subnormais, a região Sudeste foi novamente representada pelos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O território paulista conquistou a primeira posição com mais de 8 milhões de pessoas vivendo em 2.087 comunidades, em 60 cidades do Estado. Em segundo, o Rio de Janeiro, que registrou mais de 2 milhões habitando 1.332 comunidades, em 42 municípios.

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Também chamados de comunidades, palafitas e ressaca, os aglomerados subnormais podem ser encontrados no Estado da Bahia que, em terceiro lugar no ranking, registrou a existência de quase 971 mil moradores distribuídos em 280 complexos, em apenas 10 cidades.

A quarta posição ficou com o Estado de Pernambuco. Segundo o IBGE, mais de 875 mil pessoas foram encontradas em 347 comunidades, presentes em 17 municípios do Estado. O próximo da lista é Minas Gerais que, em 33 cidades, possui 590 mil pessoas vivendo em favelas.

Regiões metropolitanas de SP, RJ e Belém concentram metade das favelas do País

O IBGE concluiu ainda que muitos aglomerados cresceram e foram influenciados a partir de sua localização. Segundo o instituto, as comunidades localizadas perto das 36 regiões metropolitanas do País ficam entre as mais populosas. Isso devido proximidade com a capital de um Estado.

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Com esta abordagem, foi concluído que 88,6% dos domicílios de favela e comunidades se encontram em regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes e apenas 11,8% destas moradias estavam em cidades isoladas. As regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belém se somadas concentravam quase metade (43,7%) do total de favelas do País.

Serviços nas favelas

O estudo do IBGE mostra que a maioria das favelas do Brasil tem acesso aos serviços básicos. No país, 88,3% das casas em favela têm abastecimento de água adequado, 67,3% possuem esgotamento sanitário, 95,4% têm destinação de lixo adequada e 72,5% possuem energia elétrica. Portal IG

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