Da BBC

Saif al-Islam, filho de Muamar Khadafi capturado neste sábado (19), será tratado com humanidade e submetido a um processo legal justo, disse o premiê interino da Líbia, Abdurrahim el-Keib.

‘Temos orgulho das capacidades legais da Líbia. Sabemos que elas não têm estado ativas, mas já foram ativadas’, disse ele.

Pouco após o anúncio da captura de Saif, ocorrida enquanto tentava fugir do país, um porta-voz do Tribunal Penal Internacional (TPI), Fadi El Abdallah, disse à BBC que a Líbia teria obrigação legal de entregá-lo ao tribunal.

Ele é procurado por supostos crimes contra a humanidade cometidos durante o levante contra o governo de seu pai.

No entanto, o ministro da Justiça do governo interino líbio, Mohammed al-Alagy, disse que o o último membro importante da família Khadafi a ser preso ou morto deve ser julgado primeiro na Líbia.

‘Nós respeitamos os direitos do judiciário líbio, que pode processar Saif al-Islam primeiro, e negociaremos a questão com o TPI para que o julgamento aconteça na Líbia’, disse Al-Aagy.

A notícia da captura de Saif gerou celebrações em várias cidades do país. Na capital, Trípoli, várias pessoas foram às ruas, portando bandeiras.

Imagens exibidas na TV do país mostraram al-Islam deitado em um sofá, com alguns dedos da mão direita enfaixados, mas aparentando estar bem de saúde.

À agência Reuters, ele disse que os ferimentos foram causados há semanas por um bombardeio da Otan.

Segundo Al-Allagi, Saif al-Islam foi encontrado no deserto, perto da cidade de Obari, no sul do país.

No momento da prisão, ele estaria acompanhado de seguranças e tentando escapar para o Níger. Al-Islam foi levado de helicóptero para Zintan, no norte do país.

O filho de Khadafi estava foragido desde que as forças do CNT tomaram a capital líbia, em agosto.

Al-Islam chegou a ser visto como um possível sucessor de Khadafi devido à sua retórica durante as revoltas populares.

Ele era visto como o mais liberal dos filhos de Khadafi e foi cortejado por autoridades ocidentais.

O coronel Muamar Khadafi foi morto no dia 20 de outubro, durante uma batalha final em sua cidade natal, Sirte.

O governo interino da Líbia lançou um inquérito para apurar as circunstâncias de sua morte.

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