Escrito por Josias de Souza
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Cidadania

Antecipando-se ao inevitável, Lula teve de submeter-se ao impensável: privou-se dos pelos que a quimioterapia estava na bica de levar.

Coube a Marisa a tarefa de passar na lâmina o cabelo e a barba do marido. As imagens privadas tornaram-se públicas no site do Instituto Cidadania.

Há um quê de semântica na barba. A de Lula fala. No passado, expressava uma vocação estridente.

No dizer de Leonel Brizola, Lula era o “sapo barbudo” que a elite teria de engolir. Digerida pela plutocracia, a barba perdeu a hispidez sindical.

Cerrada, perdeu os espinhos que amedrontavam o mercado. Virou símbolo de bom comportamento. Ficou entendido que o ex-sapo já não era do contra.

Num instante em que o tumor limita os sons da laringe, a quimioterapia cuidou de silenciar também a barba.

Marisa teve o cuidado de preservar o bigode –uma espécie de aviso. O Lula careca e escanhoado é disfarce compulsório e temporário.

Se tudo correr como previsto, a logomarca volta em fevereiro de 2012, em tempo para influir na eleição municipal.

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