Do G1, em São Paulo

O Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) decidiu instaurar comissão de sindicância para apurar denúncias de que assessores do ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), teriam exigido propina de ONGs conveniadas à pasta para liberar repasses de verbas.
A denúncia foi veiculada em reportagem da revista “Veja” no fim de semana citando parlamentares e servidores púlicos. Por conta das denúncias, o ministro Carlos Lupi afastou no sábado (5) o coordenador de qualificação da pasta, Anderson Alexandre dos Santos. OG1 não conseguiu contato com Anderson Santos.

A instauração da sindicância foi publicada nesta terça-feira (8) no “Diário Oficial da União”. A comissão de sindicância terá 30 dias para conclusão dos trabalhos. Na mesma portaria, o ministro Carlos Lupi oficializou o afastamento cautelar, durante o período das investigações, o servidor Anderson Alexandre dos Santos.

Comissão de Ética
A Comissão de Ética da Presidência abriu nesta segunda-feira (7) um procedimento em que pede esclarecimentos ao ministro. Com a abertura do procedimento, a relatora, Marília Muricy, poderá pedir documentos e explicações ao ministro. Ao final da investigação, Lupi poderá ser punido com uma “cesura ética” ou até mesmo ter sua demissão recomendada pela comissão.

O ministro afirmou nesta segunda-feira (7) que seu cargo está à disposição da presidente Dilma Rousseff, mas que é “osso duro de roer” e vai cobrar apuração das denúncias envolvendo a pasta.

Em reunião de líderes na segunda, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, não comentou as denúncias que envolvem Carlos Lupi, mas afirmou que o governo “tem obrigação de prestar todos os esclarecimentos”.

“Os ministros têm sido reiteradas vezes acionados para prestarem esclarecimentos. E é extremamente importante todos terem a noção de que estamos [tomando] providências no sentido de ter uma fiscalização mais eficiente”.

“A presidente acabou de assinar um decreto extremamente relevante com relação às ONGs, inclusive fazendo um verdadeiro pente fino nos próximos trinta dias […]. Então vamos tocar o país e o mais importante é tocar nesta lógica que estamos fazendo: ou seja, um país crescendo , distribuindo renda, gerando emprego”, concluiu a ministra.

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