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Por Fredson Nascimento

Vitória da Conquista nunca foi uma cidade tão pacata, quando se trata de violência. Desde os primórdios da colonização da região é que este mal nos surpreende e nos entristece. Os nossos antepassados indígenas que digam! Não podemos deixar de citar as pitorescas histórias de intrigas entre famílias que, de vez em quando, resultava em tragédia. Mas, nas últimas três décadas pude presenciar (chegamos em Vitória da Conquista em dezembro de 1979) a evolução do problema no município.

Crimes como o de Lúcio Veiga, na praça do Gil, e a execução de Hugo Castro e Larissa Cavalcante, ao reagir a um assalto e suspeitarem da ação de um grupo criminoso agindo na cidade, respectivamente, marcam o início de um novo momento da escalada da violência em Conquista.

A cidade começava a registrar ocorrências semelhantes às que só tínhamos conhecimento existirem nos grandes centros, pelos jornais – que, na época, somente escrito, e chegavam aqui com atraso.

A partir daí já tivemos rebeliões em presídio, chacinas com requinte de crueldade, suspeita de surgimento de grupo de extermínio, e já chegamos à ‘era’ da ‘epidemia do crack’ e outras drogas de baixo custo.

Não podemos nos conformar. Não temos que absorver a idéia de que nada podemos fazer, a não ser o de mantermos um nível tolerável de criminalidade. Não podemos pensar que a justiça pode ser feita por qualquer cidadão, como se não estivéssemos vivendo em um Estado de Direito.

É muito difícil a situação de quem sai a trabalho de casa, deixando companheiro(a) filhos, e ter os seus pertences e instrumentos de trabalho subtraídos, além de sofrer atentado contra a integridade física e moral, por pessoas desgraçadas (=sem graça) na vida. Mas, isso não pode ser motivo para regredirmos como indivíduos e como sociedade organizada.

É salutar e mais civilizado que os grupos sociais, as associações, entidades religiosas etc e os órgãos públicos se unam e acordem sobre saídas mais coerentes do que tentar valer a lei “olho por olho, dente por dente”, como têm insinuado alguns indivíduos em comentários postos na imprensa local, inclusive no Blitz Conquista, a respeito do lamentável fato ocorrido com um taxista no final do mês de outubro. Blitz Conquista

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