Por André Cairo
Preste muita atenção para o que vou lhe dizer
Acontece cada uma que não dá para entender
Papagaio de Pirata quando aparece no evento
Apertado e esguio, aguardando seu momento
Garante logo sua vaga só atrás de autoridades
Ágio olha para câmara com sorriso embotado
Irrigando seu ego em correntezas de vaidades
Olhos circulam nele, querendo longe afastado
Deveria por certo, nunca mostrar-se ali em pé
Emprestando seu rosto para aquilo que não é
Parado o corpo fica, mas cabeça e olhos piram
Irritando em demasia quem está em sua frente
Repórteres, fotógrafos, câmaras, flashes giram
Anotam, registram, observam bem o insistente
Tentando abafar que o seu sorriso não tem cor
Amarelo sim, na imagem da foto, ai que horror
Em flagrantes a Imprensa registra, haja oportunista
Corrija-me se estou errado neste Acróstico tentador
Onde o fato é fato, e não de fato, esta clara fantasia
Risos na visita do Presidente, Prefeito e Governador
Desde o Aeroporto, ao evento, já observa a maioria
Atento nas câmaras, ele é o tal, se sentido bom ator
Orgulhoso de si próprio, porém verdades, é minoria
Depois do término do evento pomposo
Olha para si, com um ar bem orgulhoso
Se sentido o maioral detrás do virtuoso
Palanque, salão, a multidão em movimento
Uma disputa de lugar só querendo aparecer
Xá de cadeira não é mal, ele diz, eu agüento
A demora não tem pressa, interessa me ver
Sorrindo ele cresce, nas pontas dos seus pés
Alcançam metade, do seu rosto preocupado
Com câmaras em registro do teto a rodapés
O evento termina e o cordão sai aumentado