A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) rompeu o silêncio e convidou nesta quarta-feira (12) o coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, para uma reunião de negociação às 16h desta quinta-feira, para tentar acabar com a greve da categoria, iniciada em 27 de setembro e que mantém mais de 9 mil agências bancárias fechadas em todo o país.
A informação foi divulgada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT) logo depois da manifestação da Fenaban. Como afirma Carlos Cordeiro, que também preside a Contraf, “foi a força da greve que reabriu finalmente o diálogo e agora esperamos que os bancos venham para a mesa de negociações com uma proposta decente, que atenda às justas reivindicações da categoria”.

A greve, que já é a maior da categoria nos últimos 20 anos,
foi deflagrada depois que as assembleias dos sindicatos rejeitaram a proposta de
reajuste de 8% feita pela Fenaban, que significa apenas 0,56% de aumento real.
Os bancários reivindicam reajuste de 12,8% (aumento real de 5% mais a inflação
do período), valorização do piso, maior participação nos lucros e resultados,
mais contratações, extinção da rotatividade, fim das metas abusivas e combate ao
assédio moral, entre outros pleitos.

“Os bancos brasileiros são os que
mais lucram na América Latina, no entanto, pagam um piso salarial menor do que o
recebido por argentinos e uruguaios, mas pagam bônus milionários para seus altos
executivos, os maiores do continente”, aponta Cordeiro.

Conforme pesquisa
do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)
e da Contraf-CUT, o salário inicial pago pelos bancos brasileiros em agosto de
2010 era equivalente a US$ 735, mais baixo que o dos uruguaios (US$ 1.039) e
quase a metade do valor recebido pelos argentinos (US$ 1.432).

“Um país
onde os altos executivos dos bancos chegam a ganhar até 400 vezes mais que o
piso salarial da categoria não pode ser chamado de justo”, sustenta o dirigente
sindical. “Além disso, os bancos utilizam a alta rotatividade do mercado de
trabalho, muito maior que em outros países, para reduzir a massa salarial dos
bancários”. As informações são da Agência Brasil.

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