G1

É o menor patamar de fechamento desde 30 de abril de 2009. Ibovespa registra maior queda diária desde 22 de outubro de 2008.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em forte queda nesta segunda-feira (8), primeiro dia de negociações após o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos na sexta-feira (5) pela agência Standard and Poor’s.

Queda de 5,5% em Dow Jones já é considerado um ‘desastre’, apenas no primeiro dia útil após o rebaixamento da classificação dos EUA

O Ibovespa acompanhou o movimento internacional e fechou com queda de 8,08%, aos 48.668 pontos. Por volta das 15h20, o Ibovespa chegou a cair 9,74%, ficando muito próximo de ter suas operações suspensas pelo mecanismo intitulado ‘circuit breaker’ – regra que interrompe a negociação das ações por meia hora quando o índice atinge 10%.

A bolsa brasileira registrou nesta segunda o menor patamar de fechamento desde 30 de abril de 2009 (47.289) e a maior queda diária desde 22 de outubro de 2008, auge da crise financeira desencadeada pela quebra do banco Lehman Brothers, quando o Ibovespa caiu 10,18%, e acionou o ‘circuit breaker’ pela última vez.

O giro do pregão desta segunda-feira foi de R$ 9,59 bilhões. Na sexta-feira passada, o Ibovespa havia avançado 0,26%, aos 52.949 pontos. Em agosto, a Bovespa já cai 17,26% e, no ano, a perda acumulada chega a 29,77%.

Todas as ações do Ibovespa caíram, com destaque para LLX Logística ON (-14,6%, a R$ 3,1), Brasil Ecodiesel ON (-15%, a R$ 0,51), OGX Petróleo ON (-16,36%, a R$ 9,2) e Marfrig ON (-24,83%, a R$ 9,02). As menores baixas do índice pertenceram aos papéis Usiminas ON (-0,89%, a R$ 22,05), Cteep PN (-1,54%, a R$ 44,7) e Natura ON (-2,69%, a R$ 32,16).

Com o maior volume do dia, no valor de R$ 1,1 bilhão, as ações PN da Vale cederam 9,17%, a R$ 36,54, seguidas dos papéis Petrobras PN (-7,58%, a R$ 18,65), com volume de R$ 768 milhões. Já o dólar subiu quase 2% e voltou a passar de R$ 1,60.  A moeda terminou o dia vendida a R$ 1,6125, com ganho de 1,96% sobre o fechamento de sexta-feira.

Bolsas pelo mundo

Nos EUA, as palavras do presidente Barack Obama não conseguiram acalmar os ânimos. Ele disse que o rebaixamento da nota do país foi provocado pelas dúvidas geradas pela disputa política doméstica e que os problemas econômicos do país são solucionáveis. As bolsas americanas tiveram mais um dia de perdas. O índice Dow Jones caiu 5,55% e o Nasdaq recuou 6,90%. O S&P 500 perdeu 6,66%.

Já as bolsas europeias registraram forte queda e fecharam ao menor nível em quase dois anos. Na Ásia, as bolsas de Tóquio e Hong Kong caíram fecharam os negócios em queda de 2% e, em Xangai, o Shanghai Composite recuou 3,79%.

Ouro e petróleo sobem

A cotação do ouro também bateu recorde nesta segunda-feira, superando a barreira dos US$ 1.700 (31,1 g) a onça pela primeira vez. Já o petróleo fechou em alta em Nova York e Londres.

O rebaixamento da nota dos Estados Unidos, que até então era considerado o melhor pagador do mundo entre os muitos países que emitem papéis para vender e pegar dinheiro emprestado no mercado financeiro, gerou incerteza nos mercados. De acordo com dados do Tesouro, o Brasil é um dos maiores detentores de títulos dos EUA: em maio, tinha US$ 211,4 bilhões em papéis.

Os títulos dos EUA, vendidos no mercado pelo Tesouro americano, são tão confiáveis que valem o mesmo que dinheiro nos balanços financeiros de empresas e bancos, por exemplo.

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