O Globo
Brasil chega a 5º lugar em ranking de investimento
Os fluxos globais de investimento estrangeiro direto (produtivo) voltaram a crescer no ano passado, pela primeira vez desde a crise financeira de 2008. De acordo com dados divulgados ontem pela Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento e Comércio (Unctad, na sigla em inglês), o volume foi de US$1,24 trilhão, alta de 5% em relação a 2009. Com a entrada recorde de US$48,4 bilhões, 86,7% a mais que em 2009, o Brasil registrou o maior crescimento entre as economias desenvolvidas e os Bric (grupo de emergentes que inclui ainda Rússia, Índia e China). O país passou da 15ª para a quinta posição entre os maiores destinos de investimento direto no mundo, atrás de Estados Unidos, China, Hong Kong e Bélgica.
A entidade ressaltou que a retomada dos investimentos, no entanto, ainda é tímida e que o agravamento da crise fiscal nos países ricos e o risco de superaquecimento nos emergentes podem retardar uma recuperação mais efetiva. Para este ano, a previsão inicial da Unctad é de que o fluxo de investimentos produtivos fique entre US$1,4 bilhão e US$1,6 bilhão, perto do US$1,7 trilhão de 2008.
Um dia depois, Pagot já faz consultoria
BRASÍLIA. Um dia depois de apresentar seu pedido de demissão do cargo de diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot afirmou ontem ao GLOBO que não pretende mais perder tempo falando do passado. Por isso, não quis revelar detalhes da carta que encaminhou à presidente Dilma Rousseff na sua saída e preferiu não comentar diretamente o fato de o atual ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, ter escapado ileso da faxina promovida pelo governo na pasta. E já começou a preparar consultorias no setor para a iniciativa privada.
Acusado de mortes na ditadura pode enfrentar família de vítima hoje
SÃO PAULO. O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra – acusado de torturar e matar, em julho de 1971, o jornalista Luiz Eduardo Merlino – ficará frente a frente com pessoas que dizem ter assistido a sessões de tortura comandadas por ele na época do regime militar nos anos 70. A primeira audiência da ação movida pela família de Merlino acontece hoje, em São Paulo.
Embora arrolado no processo como testemunha de defesa de Ustra, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), informou, por sua assessoria, que nunca teve qualquer relação com o acusado e que se recusará a testemunhar a seu favor, embora não tenha sido citado ainda pela Justiça. A tentativa de incluir o nome do senador no processo é vista como uma ação protelatória dos advogados.
Crime no Pará: juiz retira segredo de justiça
BRASÍLIA. O juiz Murilo Lemos Simão, da 4ª Vara Criminal de Marabá (PA), retirou ontem o segredo de justiça do processo sobre o assassinato do casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo. A decisão foi anunciada um dia depois de 12 entidades, entre elas a Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgarem comunicado protestando contra a “falta de transparência” na condução do caso. Elas também se queixaram que o magistrado, ao negar sucessivos pedidos de prisão para os acusados do crime, contribuiu para que eles fugissem.
Em nota, o juiz Murilo Lemos Simão justificou que, como a Polícia Civil concluiu o inquérito e, antes mesmo da decisão sobre seu último pedido de prisão preventiva, divulgou os nomes e as fotos dos suspeitos, não há mais como se falar em segredo judicial.
Dnit foi todo loteado por partidos nos estados
BRASÍLIA. Depois de comprar briga com o comando do PR ao fazer degolas no Dnit e no Ministério dos Transportes, a presidente Dilma Rousseff deve azedar a relação também com parlamentares que apadrinharam os dirigentes do órgão nos estados. Na próxima semana devem começar exonerações de superintendentes do Dnit que estão sob investigação e com problemas de gestão, e os padrinhos políticos desses gestores já manifestam insatisfação.
O Planalto já identificou que todas as 23 superintendências têm afilhados políticos em seus comandos, mesmo quando os dirigentes são técnicos, sendo que 12 são apadrinhados do PR. Mas as intervenções poderão ter como seus primeiros alvos indicados pelo PT, para não parecer perseguição ao PR.
