Eduardo Carvalho Do G1, em São Paulo
O ex-deputado Fernando Gabeira confirmou, nesta quinta-feira (7) sua desfiliação do PV. O anúncio ocorreu via teleconferência entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Uma das figuras mais tradicionais do PV, ele candidatou-se pela primeira vez a um mandato eleitivo em 1986, quando disputou o governo do RJ.
Na capital paulista, um grupo de lideranças ligadas à ex-senadora Marina Silva está reunido para divulgar a saída do partido e a criação de um movimento com a bandeira “verde e cidadania”. O vice-presidente do PV, o deputado federal Alfredo Sirkis (RJ), já antecipou que a ex-ministra sairá da legenda.
Gabeira afirmou que a criação do novo movimento é uma resposta ao “problema de aproximar a sociedade dos grandes temas e da participação política”.
Ele disputou as últimas eleições para o governo do Rio de Janeiro, mas perdeu para Sérgio Cabral (PMDB), que foi reeleito.
Segundo Gabeira, o movimento será criado para responder a essa questão, uma vez que os partidos, na opinião do ex-parlamentar, estão desgastados e distantes da população. “O movimento tem que atuar no governo”.
Gabeira afirmou que o movimento poderá ser agregado por outros partidos ou será necessário criar uma nova legenda. “Acredito que é possível que os partidos sejam capazes de compreender a importância de aderir a um movimento como esse”, disse.
Crise
Desde o fim de junho, há rumores de que a ex-senadora e um grupo de aliados deixarão o PV devido a divergências internas.
Maurício Brusadin, que presidia o diretório do PV paulista, oficializou a saída da legenda nesta quarta-feira e avaliou que o PV passa por uma crise de intermediação, assim como outros partidos.
Ele citou como exemplos as recentes denúncias sobre o Ministério dos Transportes, a disputa dentro do PR por quem vai ocupar a vaga deixada por Alfredo Nascimento e cobrança por cargos públicos feita ao governo Dilma Rousseff pelo PMDB.
“O PV não é diferente. Não é a toa que essa crise de intermediação está acontecendo. Tentamos de tudo, criamos um movimento de transição democrática, queríamos dialogar, sem atravessadores”, afirmou.