Fernando Gallo, de O Estado de S. Paulo

Aliados de Marina Silva avaliam que a permanência da ex-senadora no PV é inviável e que a saída dela do partido deve ser selada em poucas semanas. Os motivos são a falta de êxito na cruzada por mais democracia no PV e o fim do diálogo com a Direção Nacional da legenda.

O Estado apurou com quatro pessoas próximas da ex-ministra do Meio Ambiente que Marina e o núcleo marineiro estão convencidos da impossibilidade de conseguir as mudanças consideradas necessárias para a transformação do partido, tais como alterações no estatuto que permitiriam eleições diretas e o fim de diretórios provisórios. Todos os aliados dão a saída dela e de seu grupo como certa.

“É rápido isso daí. Vai se resolver até o fim de junho. Mas a decisão já está tomada”, diz um deles. Outro avalia que o processo de desligamento não dura mais do que 45 dias.

O grupo retarda o anúncio porque estuda os próximos passos a dar. No momento, a tendência mais provável é a criação de um novo partido, mas outras hipóteses são consideradas. Isso porque não há tempo hábil para fundar uma nova sigla a tempo de participar das eleições municipais de 2012 – a lei exige filiação mínima de um ano aos futuros candidatos. Outro problema seria a falta de bons palanques nos Estados para Marina em 2014, problema já sentido dentro do PV, na eleição de 2010.
Por outro lado, a migração para outra legenda é improvável, uma vez que o
grupo teme que situação análoga à guerra hoje deflagrada no PV possa se repetir.
Ainda assim, assessores de Marina fizeram circular no mês passado rumores de que
a ex-senadora teria se aproximado do PPS.
Seguidores

Com Marina sairiam Fábio Feldmann, candidato a governador de São Paulo em
2010; Guilherme Leal, ex-candidato a vice de Marina; e João Paulo Capobianco,
secretário executivo do ministério do Meio Ambiente na gestão Marina.

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