Tribuna da Bahia

O estudante Alcides Ferreira da Silva Neto, 17 anos, foi morto por engano no final da manhã de ontem, na Estrada da Cocisa. O assassino é um outro adolescente, G.L.F. de J, de 16 anos, que tinha a missão de matar um traficante/homicida homônimo a “Neto”, como o garoto era conhecido. O condutor da moto que levava o menino, Jefferson Henrique Serpa, 18 anos, foi preso.

Ainda hoje, o acusado deverá ser apresentado pela mãe, acompanhado de um advogado, na Delegacia do Menor Infrator. Segundo o titular da 5ª Delegacia, Antonio Carlos Magalhães dos Santos, contra o homem que seria o alvo há uma solicitação de prisão preventiva, por outro homicídio registrado na semana passada.
Os autores foram conhecidos menos de 12 horas após a execução.

“Com a ajuda do irmão da vítima, conseguimos chegar ao piloto da moto, conhecido também como “Gel”, e finalmente descobrir o nome do autor dos disparos”, informou Santos. Até as 17 horas, o adolescente era tido como foragido, mas a presença da mãe acompanhada do advogado na Delegacia de Periperi permitiu aos policiais descobrirem o paradeiro do autor dos disparos.

“Ouvimos o irmão da vítima nesta delegacia, porque ele se negou a ir ao Complexo dos Barris, e chegamos a “Gel”, mas a partir de agora, toda a documentação foi enviada para a DH, obedecendo a determinação superior que vigora desde o dia 1º”, justificou o delegado.

O adolescente assassinado não tinha qualquer passagem na polícia e vivia rotina tranquila e sem envolvimentos, segundo os familiares. Ele passava pela estrada da Cocisa, em Paripe, quando foi abordado por um dos ocupantes de uma moto e com diversos disparos foi morto. 

“Neto”, que seria alvo dos jovens, tem muitos homicídios e até uma prisão temporária.  Ele é traficante, homicida e muito frio”, disse o delegado, informando que na semana passada ele teria matado um outro jovem no Subúrbio Ferroviário.

Quatro homicídios em 12 horas

O titular da 5ª Delegacia definiu como atípico o registro de quatro homicídios no Lobato somente ontem. Segundo ele, no mês de março, em todo o Subúrbio Ferroviário, foram contabilizados quatro assassinatos. Santos acredita que a maioria dos assassinatos esteja ligada ao tráfico de drogas.
 
“Não quero dizer que todos que morreram sejam traficantes ou usuários, mas tudo leva a crer”, diz ele, fazendo ressalva ao caso do adolescente confundido com um homônimo que é traficante.
 
“Há três anos a situação era bem pior, mas os jovens precisam de boas escolas e áreas de lazer que os tirem dessa violência”, adverte o  presidente da Associação de Moradores de Santa Luzia do Lobato, Samuel Ribeiro, temendo que haja retrocesso.  (MV)

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