Com unidades hoteleiras e destinos reconhecidos por publicações e sites especializados,  a Bahia vive momento de fortalecimento do seu apelo turístico no exterior.
A movimentação registrada no Pelourinho, do público no Carnaval e os mais de 130 transtlânticos e 150 mil visitantes que chegaram de navios durante o verão comprovam isso. O reconhecimento não demorou a chegar.
Na divulgação da pesquisa Stay List 2011, a revista National Geographic escolheu três empreendimentos baianos na  lista dos hotéis mais autênticos.
A Bahia foi o estado nordestino campeão desta lista, que citou o Villa Bahia (em Salvador), a Pousada Mangabeiras, em Boipeba/município de Cayru, e o Uxuá., em Trancoso.
 
Dos outros estados do Nordeste, apenas uma unidade do Rio Grande do Norte foi citada. Trancoso também é apontado como um dos 15 melhores destinos turísticos, de acordo com a revista Travel Talk, e é considerado paraíso para se desconectar do mundo, conforme o jornal The New York Times.  

Cerca de 80% da clientela do Villa Bahia é de visitantes estrangeiros. Segundo o diretor do empreendimento, Burno Pascal Guinard, a terceira colocação no ranking da National Geografic confirma a aposta do grupo de origem francesa na atração de turistas de alto poder aquisitivo.

“A unidade também foi citada como uma das 50 melhores opções de hospedagem no Brasil pelo selo Roteiros de Charme. Um hotel sustentado é a nossa principal diretriz”, conta Guinard. Os hoteis autênticos, na seleção da National Geographic,  são aqueles que refletem a cultura local e manter práticas de envolvimento com a comunidade e sustentabilidade ética.

Com diárias que variam de R$ 380 a R$ 490 (baixa temporada) e R$ 480 a R$ 690 (alta estação), o Villa Bahia conta com sistemas de combate ao desperdício de água e energia,  lixo seletivo – em parceria com a Cooperes, de Ilha Amarela – e só utiliza alimentos orgânicos. Móveis e objetos de metal são de origem artesanal, oriundos de fornecedores da Bahia, Minas Gerais e São Paulo.

São 17 suítes, cada uma com design interior diferenciado, sempre inspirados em feitorias portuguesas dos Séculos XV, XVI e XVII, como Goa, Macau e Cabo Verde. “Queríamos alguma coisa que explicasse a Bahia, o  porquê  de tudo isso (em referência à riqueza histórica e arquitetônica)”, explicou o diretor.   

História e hospitalidade

Quando decidiu vir a Bahia, o diretor de Marketing francês Frederic Boulanger queria ficar hospedado num local que contasse também a história baiana  Ao consultar a folheteria de divulgação, escolheu o Villa Bahia por ser “pequeno, e por isso mesmo mais simpático e aconchegante” e por estar localizado no Centro Antigo. O Villa Bahia fica no Cruzeiro de São Francisco, ao lado da Delegacia de Proteção ao Turista.

Não se arrependeu da escolha. “É realmente um lugar atípico e exclusivo. Estou satisfeito”, finalizou. A localização em pleno Centro Antigo também foi destacado pelo engenheiro alemão Heine Tischer, para quem “aqui é muito interessante e confortável.
 
As pessoas são muito receptivas, sempre dispostas a ajudar. Ainda tem esssa beleza toda da região”, disse ele, que trabalha para a Nucléobras, uma subsidiária da Eletrobrás.

No último último dia 25,  o Hostel World, o principal site de reservas de hospedagem do mundo, apontou o Barra Guest – de Salvador – como o melhor da categoria hotel em todo o mundo.

A unidade fica na Rua Recife, a cinco minutos do Porto da Barra, apontada pelo jornal inglês The Guardian como a terceira melhor praia urbana do mundo. O Barra Guest Hostels é administrado pela brasileira Marilze Keyko e o britânico Russel James Chambers. O empreendimento investe prioritariamente nos itens segurança e conforto.

Como diferencial, os gestores fornecem aos hóspedes dicas de programação de lazer e orientações de segurança.  Para o último Carnaval, as reservas  se esgotaram em junho.

Melhorias para a Copa

O britânico James Master, que atua numa empresa de software alemã, aprovou as instalações do hotel Villa Bahia, porém quanto ao serviço, ele relatou uma dificuldade.
 
“Tenho um bebê e para quem tem filho não é muito bom, pois o staff não fala inglês”, argumentou. Master contou que escolheu o Villa Bahia por indicação da agência de viagem. Guinard reconhece que há aspectos da hotelaria baiana que precisam ser melhorados até a Copa do Mundo, em 2011.
 
“É difícil achar um recepcionista que fale mais de um idioma”, afirmou o diretor. A seu ver, a localização também atrapalha, pois muitos estabelecimentos não comportam a chegada de mais de um ônibus. “A rede hoteleira ainda não está preparada para a Copa, mas ainda dá tempo”, avalia.

Outro desafio é a questão da segurança. No último domingo, o turista português Rui Sete foi furtado na Barroquinha. Segundo agentes de plantão na Delegacia de Proteção ao Turista (Deltur), a vítima não prestou queixa. “Ele deu azar. A área é bem policiada, mas no momento em que ocorreu o problema, não tinha um policial lá”, afirmou uma agente da Deltur que optou por não se identificar.

Ela afirmou que a unidade  sempre tem delegado de plantão, cinco policiais e um escrivão. Outro agente, que também solicitou anonimato, especulou que o efetivo absorvido no show de Ivete Sangalo possa ter deixado o Centro Antigo descoberto.  Tribuna da Bahia

 

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