Agência Estado

O número de famílias endividadas recuou de fevereiro para março, segundo informou nesta terça-feira (220 a Confederação Nacional do Comércio (CNC), responsável pela pesquisa “Endividamento e Inadimplência do Consumidor”. O levantamento, que ouviu 17.800 consumidores em todo o País, mostrou que o percentual de famílias que se classificam como endividadas passou de 65,3% em fevereiro para 64,8% em março. No entanto, o índice de famílias endividadas em março deste ano é maior que o apurado no mesmo mês do ano passado, quando o índice atingiu 63%.

Segundo a CNC, o comprometimento da renda com gastos extras no início de ano conduziu a uma elevação no nível de endividamento das famílias nos primeiros dois meses de 2011. Ainda segundo a mesma pesquisa, manteve-se estável em 23,4% o porcentual de famílias endividadas que informaram estar com débitos em atraso, de fevereiro para março. Este percentual é menor que o registrado em março do ano passado, de 27,3%.

Porém, de fevereiro para março, subiu de 7,7% para 8,4% o percentual de famílias endividadas que informaram não ter condições de pagar seus débitos. Para a confederação, isso pode ter sido influenciado pelo atual mercado de crédito, que continua a apresentar condições menos favoráveis, com taxas de juros maiores e prazos mais curtos.

No entanto, a parcela de famílias sem condições de pagar suas dívidas em março deste ano ainda é menor que o apurado em março do ano passado (8,7%). Do total de famílias endividadas, 71,6% apontaram o cartão de crédito como modalidade principal. Na sequência parecem os carnês (21,9%) e o financiamento de carros (10,6%).

Consumo

A intenção de consumo das famílias brasileiras desacelerou em março, conforme a pesquisa “Intenção de Consumo das Famílias”, elaborada a partir de 18 mil questionários apurados em todo o País. Segundo a CNC, o indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculado a partir das respostas dos entrevistados, caiu 1,7% em março ante fevereiro.

Na comparação com março de 2010, o ICF ainda é positivo, com alta de 0,9%. Embora a taxa seja superior a de fevereiro deste ano (0,7%), na comparação com igual mês do ano anterior a CNC informou que as taxas de elevação de fevereiro e de março do ICF são muito mais baixas do que a apurada para o indicador em janeiro de 2011, quando subiu 2,8% na comparação com janeiro de 2010. Para a entidade, estes dados reforçam a ideia de uma tendência de desaceleração no consumo das famílias brasileiras em março.

Segundo a confederação, as respostas foram influenciadas por uma piora, em março, nas avaliações das famílias brasileiras quanto ao emprego e à renda.

Já o interesse do consumidor por compras de bens duráveis, como automóveis e geladeiras, em março é o pior em 14 meses. O dado foi divulgado pelo economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Fábio Bentes. De acordo com ele, a queda de 6,9% em março ante fevereiro no indicador que mede o desejo do consumidor em compras de duráveis é a mais forte desde janeiro de 2010, neste tipo de comparação.

Compartilhe