O Brasil sofreu 91 apagões em 2010, quase o dobro do registrado dois anos antes (48).

O apagão que atingiu oito Estados do Nordeste brasileiro na última sexta-feira, 4, virou notícia em alguns dos principais veículos de comunicação estrangeiros logo no dia seguinte. Ontem (quarta, 9), o Estado de São Paulo teve o mesmo problema.
Agora, quase uma semana depois, a revista britânica “The Economist” faz uma avaliação geral da questão da energia elétrica no País e conclui que o “blackout” é apenas a expressão de um problema ainda sem solução.[

Para o semanário, “os brasileiros terão que se acostumar com as ‘interrupções tempo-rárias’ [de energia] toda vez que ligarem seus aparelhos de ar condicionado”. A ‘Economist’ faz ironia com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmando que, para ele, a palavra “apagão” (“blackout”, no original) está proibida. Ele prefere se referir ao caso como “interrupção temporária de energia”.

Veja os argumentos da ‘Economist’ sustentando que a questão energética tende a piorar:
– A energia elétrica no Brasil custa dois terços mais do que nos Estados Unidos, e o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) prevê que o preço aumente mais.

– O País passou décadas de crescimento de consumo de energia acompanhado de baixo investimento, provocando o apagão de 2001 e 2002.

– O Brasil sofreu 91 apagões em 2010, quase o dobro do registrado dois anos antes (48).

– A dependência de hidrelétricas da região amazônica deixa o País vulnerável a eventuais períodos de menor umidade nessas áreas.

– A energia do Sudeste e do Sul depende de longas linhas de distribuição oriundas do Norte, que são “difíceis de manter”, diz a revista.
Tribuna da Bahia

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