Priscila Chammas e Carol Neves|Redação CORREIO

Uma briga entre um policial civil e um cliente acabou em tiro e levou pânico a quem passeava ontem à tarde no Shopping Barra. O desentendimento entre o policial Paulo Antônio Veiga, lotado  na 11ª Delegacia (Tancredo Neves), e o cozinheiro Adilson Mota Barbosa, 25 anos, aconteceu por volta das 18h, no banheiro do 1º piso.

Na briga, Adilson foi baleado no pé direito pelo agente, e foi conduzido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde fez um curativo, passou por exames e foi liberado. O agente foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Civil, no Rio Vermelho, onde foi autuado em flagrante por lesão corporal grave e porte ilegal de arma, já que ele não conseguiu explicar a origem da arma, que estava sem registro. “Ele contou que discutiu com três pessoas por causa do uso do banheiro, quem ia primeiro, e aí sacou a arma, teve uma confusão e atirou”, disse a corregedora Regina Célia Sampaio, que investigará a informação dada pelo próprio agente em depoimento de que estava afastado das atividades por tratamento médico.

Na sala de sutura, após passar por um Raio-X , Adilson, que trabalha no restaurante Quanto Prima, no shopping Iguatemi, contou que havia acabado de sair da praia do Porto da Barra, junto com os amigos Vinícius e Rafael, e passou no shopping somente para usar o banheiro. Ao tentar entrar nos sanitários, no entanto, o trio teria sido impedido pelo policial civil.

“Ele disse que o banheiro era dele e que ninguém ia entrar”, contou Adilson, acrescentando que Rafael ignorou as palavras do policial e entrou. “Aí eles começaram a brigar, eu fui em cima para apartar e ele tirou a arma da bolsa e deu dois tiros”, completou o jovem.

Um dos tiros atravessou o pé do cozinheiro, o suficiente para deixar ensaguentado o chão da praça de alimentação do shopping, na área em frente à Perini. No entanto, segundo os médicos que o atenderam no HGE, ele não sofreu nenhuma lesão grave.

O barulho do tiro e a confusão espalharam pânico entre os clientes do shopping. “Eu vi todo mundo correndo e gritando e achei que fosse arrastão”, contou a estudante Victória Caldeira, que comprava crédito pro seu celular no momento do incidente.

“Quando vi aquela multidão vindo, só deu tempo de pegar o notebook e correr junto, depois que fui saber o que era”, lembrou a funcionária de um quiosque localizado próximo à entrada principal do shopping.

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