Aos 60 anos, agência da ONU registra mais de 15 milhões de refugiados no mundo

da Folha

A Acnur, Agência da ONU para Refugiados, está completando 60 anos nesta terça-feira (14), com um total de15,2 milhões de refugiados, 27,1 milhões de deslocados internos e 983 mil solicitantes de refúgio sob sua responsabilidade, dos cerca de 43 milhões de pessoas deslocadas de seus países em todo o mundo.

O Brasil abriga hoje 4.311 refugiados de 75 diferentes nacionalidades. A maioria é africana (2.797), vinda de países como Angola (1686) e Congo (431). Depois dos angolanos, os colombianos são os que mais buscam refúgio no país, 592 ao todo. Desses, para 337 o Brasil é o primeiro país de asilo e outros 255 permaceream no país. Os iraquianos correspondem apenas a 4,67% dos refugiados no Brasil.

Ainda segundo dados de outubro deste ano da Acnur,do total de refugiados no Brasil, 3.912 estão em seu primeiro país de asilo e outros 399 permanecem no país.

Segundo o chefe da agência António Guterres, a situação de quem pede refúgio hoje já não é mesma de quando a agência foi criada, em dezembro de 1950. Naquela época, seu principal objetivo era lidar com a situação dos refugiados na Europa, no período posterior à Segunda Guerra Mundial.

“Tradicionalmente, o Acnur sempre apoiou os refugiados, pessoas que cruzavam uma fronteira devido a conflitos ou perseguições”, disse. “Mas, hoje, vemos que mais e mais pessoas cruzam fronteiras por causa de pobreza extrema, do impacto das mudanças climáticas, e devido à inter-relação desses elementos com conflitos. Então, existem novos padrões de deslocamento forçado, e a comunidade internacional precisa ser capaz de lidar com esses desafios”, disse Guterres em discurso realizado em Genebra.

Segundo ele, todas essas questões tornam os desafios futuros da Acnur não se comparam a nada do que já foi enfrentado pela agência nos últimos 60 anos, que entre outros reconhecimentos, já recebeu dois prêmios Nobel da Paz.