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Condenado a 18 anos de prisão, o primeiro acusado pela morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, foi preso na manhã desta quarta-feira pela Polícia Civil de Diadema, no ABC paulista. Marcos Roberto Bispo dos Santos, de 37 anos, estava foragido desde o julgamento, em 18 de novembro. Por não ter sido encontrado pelo oficial de Justiça, Bispo foi julgado a revelia e considerado culpado pelo crime de homicídio duplamente qualificado.

Foto: Divulgação

Bispo dos Santos foi condenado no mês passado

O delegado Cosmo Stikovics Filho afirmou nesta quarta que Marcos Bispo foi preso na casa onde morava, no bairro de Piraporinha, em Diadema (Grande São Paulo).

Ele apresentou uma carteira de habilitação falsa no ato da prisão, segundo a polícia. O documento estava em nome de Maurício Oliveira Morais.

De acordo com Stikovics, os policiais da SIG fizeram campana nas imediações da casa durante vários dias para registrar a rotina do acusado e efetuar a prisão. Bispo não fez comentários sobre nenhum dos comparsas envolvidos no crime de 2002, nem deu detalhes da participação dele no assassinato.

O advogado de defesa de Bispo, Adriano Marreiro, diz que pedirá abertura de inquérito para apurar o uso do documento falso pelo cliente.

Ele diz que vai ingressar com um pedido de habeas corpus ainda nesta semana para tentar o relaxamento da prisão até que a Justiça julgue o pedido de nulidade do júri que condenou Bispo.

Julgamento
O julgamento aconteceu no Fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Na ocasião do veredito, o advogado do condenado, Adriano Marreiro, entrou com recurso para pedir a anulação do júri por falta de provas e pelo fato do cliente não ter sido notificado pela Justiça.

Segundo o promotor Francisco Cembranelli, que participou do júri, Bispo é indicado no processo que apurou a morte do ex-prefeito como o motorista que dirigia o veículo que conduziu Celso Daniel até o cativeiro.  Quando foi rendido e capturado, o ex-prefeito voltava de um jantar em um restaurante nos Jardins, em São Paulo, e estava na companhia de Sérgio Gomes da Silva, conhecido como Sombra, que é apontado como mandante do crime e também deverá ir a julgamento, mas ainda sem data marcada.

O ex-prefeito foi encontrado morto dois dias depois do sequestro, com oito tiros a queima roupa numa estrada da cidade de Juquitiba. O crime aconteceu em 2002 e a primeira condenação, justamente a de Bispo, ocorreu quase nove anos depois do assassinato. A promotoria sustenta que Celso foi vítima de organização criminosa que se apoderava de recursos da prefeitura de Santo André. O dinheiro desviado tinha dois destinos inequívocos: contas pessoais de integrantes do grupo e caixa de campanha do Partido dos Trabalhadores (PT), segundo o promotor.

Outros sete acusados de participação no crime de 2002 ainda aguardam recurso impetrado no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para serem julgados. A defesa desses outros acusados, inclusive o advogado de Sombra, sustentam que o crime não teve motivação política. Marcos Roberto Bispo dos Santos foi o primeiro a ser julgado no processo e já cumpriu oito anos da pena durante o período de investigação do Ministério Público.

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