Mariacelia Vieira/Tribuna

 O traficante Adriano Silva Nunes, 22 anos, foi preso no início da tarde de ontem, depois de uma briga na Praia da Preguiça, na Avenida Contorno. Aos policiais da 16ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), ele teria afirmado que apenas dirigiu o carro que levou à desova, na Avenida San Martin, os corpos das adolescentes Janaína Brito Conceição, de 16 anos, e Gabriela Alves Nunes, de 13 anos. Disse ainda que não sabia o que transportava e somente no local onde as meninas foram abandonados que certificou “ser corpo de gente”.

 Acusado de ser um dos três autores do assassinato das garotas, que foram torturadas e decapitadas, Adriano Nunes aproveitava o domingo com amigos na praia. “Estava fumando maconha e teria se desentendido com alguém do grupo, o que gerou um briga e, durante a confusão, banhistas teriam reconhecido o rapaz como um dos homens envolvidos na morte da adolescente”, informou o capitão Alexandre Messias, da 16ª CIPM.

 

A população ainda tentou linchar Adriano, mas ele nadou até as proximidades da Marina da Contorno, sendo preso ao sair do mar. O interrogatório a portas fechadas começou pouco depois das 16 horas e nenhuma informação foi antecipada até as 19 horas.

De acordo com um policial militar envolvido na condução do preso até a 4ª Delegacia (São Caetano), onde o inquérito está sendo realizado, o traficante teria dito que não tinha aproximação com as jovens e que uma delas (a mais velha) seria namorada de Alex dos Santos Silva, 21, o “Lequinho”.

Durante todo o trajeto do Comércio ao bairro de São Caetano, ele teria assegurado que os outros dois companheiros seriam os responsáveis pelos assassinatos e que foi retirado do local onde passava droga para conduzir o veículo.

Sobre a motivação, nada foi informado. O acusado informou ainda, segundo a polícia, que conheceu as garotas um dia antes do crime em Nova Divineia e teria consumido maconha com uma delas, a “mais bonita”, como definiu.

Familiares do traficante rondaram a delegacia durante boa parte do tempo. A mãe de Adriano chegou até a porta da unidade policial, mas fugiu ao ver jornalistas de plantão na recepção. Um casal, que não quis se identificar, se aproximou de jornalista buscando informações e também resolveu deixar o local para voltar mais tarde, já que o interrogatório ainda estava longe de terminar.

Ainda hoje, maiores informações deverão ser dadas pelo delegado Omar Leal. Na última quinta-feira, a polícia ouviu uma mulher acusada de aliciar as duas garotas. Segundo os investigadores, Gabriela e Janaína teriam passado a noite na casa da acusada antes do crime.

Uma mochila que pertenceria a uma das meninas foi encontrada na casa da suspeita.  Os outros dois suspeitos do duplo homicídio: Alex dos Santos Silva, 21 anos, o “Lequinho”, e Risovaldo Hora Costa, 20 anos, também tiveram prisão decretada e continuam foragidos.

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