Do G1/Bom dia Brasil

A megaoperação da polícia no Rio de Janeiro conta com 21 mil agentes, de acordo com o coronel Lima Castro, relações públicas da Polícia Militar. Em comparação, o coronel informou que o efetivo é quase o dobro do utilizado para pacificar o Timor Leste. “Participei três anos das Nações Unidas e foram necessários 12 mil homens para pacificar o país inteiro”, disse o coronel Lima Castro.

De acordo com o coronel, desde domingo (21) foram registrados 96 veículos incendiados, 44 armas e 8 granadas apreendidas, além de grande quantidade de drogas e material inflamável. Além disso, a PM informou que até o momento foram 192 presos e 25 mortos em confrontos e três policiais feridos levemente. 

“Nossa proposta é de paz, mas se chamarem para a guerra, estamos prontos”, afirmou o

Nossa proposta é de paz, mas se chamarem para a guerra, estamos prontos”
Coronel Lima Castro, relações públicas da PM

coronel Lima Castro. “Não queremos ter morador ferido, nem tropa ferida, mas os criminosos terão que sair de lá de alguma forma”, disse o relações públicas da PM, pedindo que os moradores não saiam de casa ou procurem abrigo seguro. “Por favor, não se envolvam. Vamos progredir no terreno”.

A PM lembra ainda que quem não conseguir voltar para casa por causa do confronto deve procurar o 16º BPM (Olaria) que fará o encaminhamento dos moradores para a Vila Olímpica da Penha. “No alojamento terá kit cama, kit alimentação, em um ambiente extremamente seguro e limpo”.

Hospital do tráfico
A polícia teria descoberto um hospital do tráfico dentro da Vila Cruzeiro, um dia depois da ocupação da favela, na Zona Norte do Rio. Policiais Federais auxiliam no patrulhamento no local e no entorno do Conjunto de favelas do Alemão, também na Zona Norte do Rio, na manhã desta sexta-feira (26).

Uma forte fumaça no local levou bombeiros ao interior da comunidade. Autoridades ainda não confirmam onde seria o incêndio. Segundo primeiras informações, uma casa estaria pegando fogo.

Megaoperação
Na quinta, o Bope fez uma megaoperação na Vila Cruzeiro com apoio de blindados da Marinha. Muitos criminosos fugiram do local pela mata para o Alemão, comunidade vizinha.

Desde domingo, o Rio de Janeiro vive uma onda de violência, com arrastões, veículos queimados e ataques a forças de segurança. Segundo o governo do Rio, é uma reação à política das UPPs, quando a polícia ocupa áreas antes dominadas por criminosos. Desde 2008, 13 dessas unidades foram instaladas na cidade. Fontes do governo do Rio confirmaram quinta uma UPP na Vila Cruzeiro.

Mesmo após a megaoperação de quinta, o Rio de Janeiro viveu uma madrugada com mais ataques, foram pelo menos cinco registrados. Em balanço divulgado na noite de quinta (25), a Polícia Militar informou que 72 veículos foram incendiados por criminosos desde o início dos ataques no domingo (21). Entre presos e detidos, há 188 pessoas.

A SEGUIR, LEIA AS ÚLTIMAS INFORMAÇÕES:

COMBOIO – Por volta das 9h, um comboio de mais de 10 carros da PF e outros de pelo menos oito do Bope subiram a favela para reforçar os cerca de 100 homens que passaram a noite no local.

CÚPULA REUNIDA – Nesta manhã, a cúpula da segurança do estado do Rio está reunida na Secretaria de Segurança Pública, no Centro da capital.

‘ACOSTUMADOS’ – No entorno do Alemão, mesmo após as cenas da fuga de mais de cem criminosos para a região, alguns moradores negam estar amedrontados e dizem já estar acostumados com a violência. “É rotina, é normal”, disse a proprietária de um bar.  “Eu não vi nada, mas nem precisa, vivemos isso todo dia”, contou outra comerciante.

ESCOLAS FECHADAS – As escolas da região da Penha estão sem aulas nesta sexta. Muitos alunos ainda tentaram ir as aulas, mas receberam a orientação de voltar para casa. De acordo com uma professora de um colégio municipal, que preferiu não se identificar, “muitas mães já ligaram informando que não iam mandar os filhos para a escola”.

 BLINDADOS – Segundo o comandante do Bope Paulo Henrique Moraes, que participou da megaoperação na quinta de dentro de um dos blindados, as armas dos blindados da Marinha não devem ser usadas nas ações na Vila Cruzeiro nesta sexta. “Não é uma operação de guerra comum porque há muitos moradores. [É preciso] usar [as armas] de maneira criteriosa porque ali vivem cidadãos de bem, e trabalhamos pelo menor número de feridos possível”.

MADRUGADA – Pelo menos cinco ataques foram registrados na madrugada na região metropolitana do Rio. De acordo com os policiais, um Siena foi incendiado na Rua João Bittencourt, em Edson Passos, em Mesquita, na Baixada Fluminense. A PM informou ainda que o ataque ocorreu fora da comunidade da Chatuba. Outros quatro ataques foram registrados na madrugada desta sexta em diferentes pontos do estado: Via Dutra, Avenida Brasil, Ipanema e São Gonçalo.

GALERIA DE FOTOS – Confira seleção de imagens das operações policiais e dos ataques no Rio desde o último domingo.

MILITARES – Na noite de quinta-feira (25), o Ministério da Defesa informou, que, a pedido do governo do Rio de Janeiro, serão enviados 800 militares do Exército para auxiliar a polícia local no combate à onda de violência na capital do estado e em cidades vizinhas.

MEGAOPERAÇÃO – Na quinta-feira (25), as polícias Militar e Civil realizam uma megaoperação na comunidade para prender criminosos que, segundo serviços de inteligência, deixaram comunidades pacificadas pelas chamadas UPPs, as Unidades de Polícia Pacificadora. A ação da polícia foi liderada pelo Bope, que contou com pelo menos 150 homens e com o apoio da Marinha, que cedeu inicialmente seis blindados. Uma hora depois do início da operação 200 policiais civis e mais três blindados da Marinha e quatro caveirões do Bope chegaram para dar reforço à ação.
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