O desfalque contábil no banco Panamericano pode ter começado há 3 ou 4 anos atrás, segundo Alvir Alberto Hoffmann, Diretor de Fiscalização do Banco Central. Mesmo assim, ele acredita que não houve demora para o BC atuar, porque “assim que se percebeu, agiu”.
O diretor afirmou que a fiscalização detectou as distorções no balanço do banco com data de 30 de junho deste ano. É apenas nesta data que, segundo Hoffmann, é possível afirmar que havia as “inconsistências nos dados contábeis” do banco.
O diretor afirmou que já está em curso um processo de fiscalização mais firme pelo BC dentro do Panamericano. Por meio de um processo administrativo, haverá representantes do BC dentro do banco para avaliar as responsabilidades. “Ainda vai apurar se foi uma pessoa, se foram todas ou se foi um grupo deles.”

– Mas se trata de um processo trabalhoso, com direito de defesa dentro do sigilo profissional e, então, ao longo do processo essas pessoas serão intimadas. Elas terão prazo para apresentar defesas. O Banco Central vai apresentar punição, mas essas pessoas terão direito de recorrer, diz Hoffmann.

Se houver irregularidades que possam ser enquadradas na Lei do Colarinho Branco, o processo pode ser encaminhado para o Ministério Público. Dessa forma, pode ocorrer outro processo, desta vez criminal, a se desenrolar até a prisão dos culpados.

Rombo era de R$ 900 milhões

Segundo Isaac Sidney Ferreira, procurador-geral do Banco Central, o que se tem chamado de “rombo” era um valor de cerca de R$ 900 milhões, porque o valor em débito do banco é de R$ 2,5 bilhões e o seu patrimônio é de R$ 1,6 bilhão. Portanto, mesmo gastando todo o patrimônio, o banco não conseguiria bancar os valores em desfalque.

Por isso, com um aporte de R$ 2,5 bilhões do controlador com lastro em empréstimo do FGC o banco vai conseguir bancar essa diferença de R$ 900 milhões entre seu patrimônio, de R$ 1,6 bilhão, e o valor de R$ 2,5 bilhões que deve aos credores e, assim, manter o seu porte atual. Do IG

Compartilhe