Fernanda Chagas

 Além do PSB, da senadora eleita Lídice da Mata, que, segundo circula nos bastidores, estaria de olho no Ministério da Integração Nacional –  pasta hoje ocupada por João Santana (PMDB, braço direito de Geddel Vieira Lima – , o PP baiano também entra no rol dos que almejam espaço no primeiro escalão federal. A “menina dos olhos” da legenda seria o Ministério das Cidades, que atualmente também pertence à cota pepista, com Márcio Fortes. A novidade fica por conta do nome. O fato, inclusive, foi confirmado pelo próprio pepista, ontem, em entrevista a uma rádio local.

 Segundo ele, o empenho do PP baiano para que o partido se aliasse à presidente eleita, no segundo turno, deve ser reconhecido pela legenda, sem que haja resistência dos petistas. “Quem acompanhou todo o processo sabe que eu fui um dos nomes que mais batalharam para que nos uníssemos a Dilma. O partido hoje deseja que o meu nome seja indicado. Sou o mais comentado no momento”, confessou. Negromonte, ressalta, entretanto, que nada está definido e que dependerá do aval do governador Jaques Wagner e de Dilma.

 

Nos corredores do Palácio de Ondina circula, entretanto, que o vice-governador Otto Alencar (PP), cujo governador não esconde a gratidão pelo apoio em prol da sua reeleição, estaria se movimentando em defesa do seu partido e, consequentemente, da aprovação do nome de Negromonte.

Sobre o espaço da Bahia na esfera federal, o líder petista já admitiu que conversas sobre o assunto vêm acontecendo, no entanto a decisão, segundo ele, cabe a Dilma. Contudo, Wagner em nenhum momento deu pistas dos seus “preferidos”.

Contudo, informações dão conta de que o deputado federal eleito Rui Costa, do PT, passou a ser a principal aposta do governador. Mantida até agora a sete chaves, a opção de indicação do governador teria se espalhado entre algumas correntes petistas, depois de uma reunião realizada pelo chefe do executivo estadual para uma avaliação do quadro sucessório nacional.

“O que eu disse é verdadeiro. Não vejo como ter uma composição de ministério que não tenha uma representação do quarto maior estado em população, da sexta maior economia, de tudo que a Bahia representa pelo ponto de vista cultural, de formação da nação brasileira e pelo fato de ser governado pelo PT. Então, não vejo como não ter essa representação”, se limitou Wagner.

O governador lembrou ainda que no segundo mandato de Lula, o estado teve espaço onde o ministro Geddel representou a Bahia. “O que aconteceu depois faz parte da política, mas obvio que hoje ele não representa mais o grupo político que saiu vitorioso.

Então, nesse sentido que eu entendo que a Bahia tem que ser contemplada. Agora, quem convoca e quem convida é a presidente, que teve a legitimidade do voto. Não cabe a ninguém ficar dizendo eu quero que seja fulano. Eu acho que isso é mamar política e eu não faço isso.

Ela tem que ter liberdade. Eu vou lá pleitear e posso até sugerir”, destacou. Além de Negromonte e Rui Costa, nomes como o de Lídice, Paulo Gaudenzi e Jorge Solla foram ventilados.  

PDT quer controlar duas pastas

Em meio à pressão do PMDB para ampliar a cota de ministérios no governo de Dilma Rousseff (PT), a presidente eleita também vai ter que administrar aliados como o PDT, que deseja aumentar sua participação no primeiro escalão do governo. O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) disse ontem que o partido quer o controle de duas pastas no governo Dilma, contra apenas uma (Ministério do Trabalho) reservada à legenda na gestão de Lula. “Nós vamos brigar pelo Ministério do Trabalho e por mais um, não sei qual ainda.

(…) O PMDB já tem demais. Se você fizer a conta do PMDB, eles têm 78 deputados. Significa que cada 13 deputados ganham um ministério. E eles têm 14 senadores, ou seja, dois senadores e meio têm um ministério. Nós temos 28 deputados e quatro senadores.

Então temos direito a dois [ministérios].” Paulinho não quis adiantar a pasta na mira do PDT, mas afirmou que o partido deseja um dos ministérios da área social. “Vamos fazer reunião na semana que vem para ver qual ministério o PDT vai reivindicar.”

 Tribuna da Bahia

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