Imagem do canal de TV Al Andalus divulgada pela AFP mostra militantes do do AQIM - 30 de setembro de 2010Militantes islâmicos teriam sequestrado vários estrangeiros

O governo da Argélia anunciou que vai passar a distribuir armas a civis em algumas regiões do país para que eles possam ajudar na luta contra insurgentes islâmicos.

O ministro do Interior, Daho Ould Kablia, disse que a decisão foi tomada pelo Ministério da Defesa, mas será sua pasta que irá distribuir os armamentos.

Segundo Kablia, foram os próprios civis de algumas regiões pediram as armas para “lutar contra o terrorismo”.

O grupo extremista Al-Qaeda no Maghreb Islâmico é ativo na Argélia e nos países vizinhos, e foi acusado de realizar ataques e sequestros recentes.

Guerra civil

“Existem regiões nas quais reina o terrorismo, onde os cidadãos estão pedindo armas para lutar contra o terrorismo; vamos fornecer armas para estas pessoas”, disse Kablia, segundo o jornal argelino L’Expression.

O Ministério do Interior não revelou em qual região os civis receberiam as armas mas, de acordo com Chloe Arnold, correspondente da BBC na capital, Argel, o Ministério pode estar se referindo a integrantes das grupos tuaregues, na região do Deserto do Saara.

O governo da Argélia adotou uma política semelhante a esta no anos 90, quando a Argélia foi devastada por uma guerra civil (1991-2002), que opôs ativistas islâmicos o governo e deixou mais de 150 mil mortos. Mas a prática foi abandonada em 2004 depois de um acordo de anistia.

Em 2007 e 2008, a Al-Qaeda no Maghreb Islâmico foi acusada de matar muitas pessoas em ataques suicidas e com carros-bombas, principalmente na costa argelina do Mediterrâneo.

Desde então, o número de ataques diminuiu, mas o grupo tem realizado ações mais para o sul do país, em uma região do deserto onde as fronteiras da Argélia, Mali, Níger e Mauritânia se encontram.

O grupo alega que é o responsável por uma série de sequestros de cidadãos estrangeiros na região. Há informações de que a organização atualmente está comprando armas com o dinheiro dos resgates pagos pela libertação dos reféns. BBC Brasil

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