No debate entre presidenciáveis promovido na noite desta segunda-feira pela Rede Record, a menção da operação Castelo de Areia feita pela candidata Dilma Rousseff (PT) provocou movimento na plateia. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) cochichou no ouvido do secretário de Comunicação do governo de São Paulo, Bruno Caetano, que Michel Temer (PMDB), candidato a vice na chapa de Dilma, está envolvido na operação.

 

Foto: Agência Estado

Dilma e Serra participam de debate na TV Record

Dilma mencionou a Castelo de Areia para lembrar que Paulo Vieira de Souza (o “Paulo Preto”), ex-diretor da Dersa e ligado às obras do Rodoanel durante o governo José Serra em São Paulo, está sob investigação da Polícia Federal e que, segundo ela, estaria sendo acobertado pelo seu adversário na corrida presidencial.

A operação Castelo de Areia, que é uma missão integrada da Polícia Federal e da Procuradoria da República, investiga uma suposta contabilidade paralela da Construtora Camargo Corrêa que abasteceria campanhas eleitorais, além de supostos crimes financeiros, esquemas de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

No debate da Record, Dilma provocou Serra ao lembrar que “Paulo Preto” está sob investigação da operação Castelo de Areia.

Mas o prefeito Kassab, na platéia, observou que Michel Temer também está sob investigação na mesma operação.

Feriadão

No fim do primeiro bloco, o presidente do PSDB e um dos coordenadores da campanha tucana, Sérgio Guerra, considerou o debate uma conversa “sem nexo”. Já o governador eleito pelo PSDB em São Paulo, Geraldo Alckmin, mostrou preocupação com o fato de o segundo turno cair num fim de semana prolongado. Para ele, a hora agora é de pedir que as pessoas votem no feriado sob o risco de que há muito indecisos pensando em justificar o voto.

De olho no relógio

A quebra do cronômetro que marca o tempo dos candidatos provocou um assobio na platéia. Num certo momento, o senador Cícero Lucena, presidente do PSDB da Paraíba, assobiou para alertar a produção do debate de que o tempo de Dilma havia se esgotado. Com o cronômetro quebrado, ficou todo mundo de olho no relógio.

Prouni
Causou agitação na plateia a afirmação de Dilma de que o DEM, partido do deputado Índio da Costa, candidato a vice-presidente na chapa de Serra, teria entrado com Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adin) contra o programa de bolsas de estudo Universidade para Todos (Prouni).  Ao ouvir a afirmação, Índio cogitou pedir direito de resposta, o que não se concretizou. “Falta conhecimento a ela sobre isso”, disse.

As ações foram propostas em 2004 pelo antigo PFL, hoje DEM, e tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). Nas ações, o partido argumentou que a Medida Provisória (MP) que criou o Prouni não atendia aos critérios constitucionais de urgência e relevância. O partido argumentou também que a MP violava a autonomia das universidades ao fixar critérios e métodos de avaliação de estudantes, e também que a medida provisória tratava de matéria que deveria estar disciplinada em lei complementar.

IG

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