A OAB-MG vai investigar Ércio Quaresma, defensor do goleiro Bruno Souza, sobre supostas ameaças que o advogado estaria fazendo a familiares e amigos do atleta.

A iniciativa ganhou força após declarações feitas por Ingrid Oliveira, dentista que mora no Rio de Janeiro e se apresenta como noiva do jogador, ao “Fantástico” da TV Globo, no último domingo.

Segundo ela, Quaresma teria dito a ela: “Você é uma pedra no meu sapato. Se tem amor à sua vida, quero que você saia do meu caminho”.

A moça também revelou que um homem a procurou no local de trabalho, a mando de Quaresma, e a aconselhou a se afastar do jogador, que está preso na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, por conta do desaparecimento de Eliza Samudio, sua ex-amante.

O presidente do conselho de Ética da OAB, Dércio de Carvalho, disse que o órgão vai instaurar processo disciplinar para apurar as denúncias sobre supostas ameaças e coação feita pelo advogado.

Na semana passada, a reportagem do UOL Notícias presenciou discussão entre a avó do atleta, Estela Santana de Souza, que cuidou de Bruno boa parte de sua vida, e o advogado Ércio Quaresma. Os dois estavam no último dia 6 no fórum da cidade de Ribeirão das Neves, onde testemunhas do caso foram ouvidas.

O advogado tentou cumprimentá-la, mas ela se negou e disse que Quaresma é “péssimo” e “não vale nada”.

Estela também afirmou que o advogado ameaça Bruno e os que querem tirá-lo do caso e disse que não quer mais que ele faça a defesa do seu neto. “Você só está pegando dinheiro”, acusou.

Quaresma respondeu dizendo que Bruno é que o mantém no caso. “Eu não vou deixar o caso porque ele não quer”, afirmou.

Procurado nesta terça-feira pelo UOL Notícias, o advogado não foi localizado para falar sobre o assunto.

Audiências continuam na quarta-feira

Nesta quarta-feira (13), mais testemunhas serão ouvidas pela juíza Marixa Fabiane, do 1º Tribunal do Júri de Contagem. O prosseguimento das oitivas das testemunhas deverá ser aberto com depoimento de um casal de caseiros e de um policial civil.

Na última sexta-feira, o delegado da Polícia Civil Júlio Wilke depôs por mais de 13 horas, sendo que o seu interrogatório terminou na madrugada de sábado.

Antes dele, o adolescente J., primo do goleiro Bruno, disse no seu depoimento que não conhecia o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de ser o executor de Eliza Samudio. Ele também afirmou que não deu coronhadas na moça, no dia em que ela, segundo a polícia, foi sequestrada e trazida do Rio de Janeiro para Minas Gerais, no início de junho deste ano.

Segundo a denúncia, ele e o amigo do atleta Luiz Henrique Romão, o Macarrão, trouxeram a moça e o filho dela em uma Land Rover, modelo Range Rover, que pertence ao goleiro.

A mãe de Eliza, Sônia Moura, acompanhou o interrogatório e classificou os réus “como se estivessem em um piquenique”.

Durante a sessão de sexta-feira, um advogado que se apresentou como secretário da OAB-MG foi impedido de entrar no fórum pela juíza por não ter sido reconhecido como integrante da ordem.

Ao ser informada da presença dele na porta do local, a juíza pediu a auxiliar que ele fosse identificado por um representante da OAB-MG, que estava acompanhando a sessão. O advogado não o reconheceu, o que resultou na negativa da juíza. O mal entendido gerou insatisfação por parte do órgão, que emitiu nota sobre o incidente.

Há previsão de que outros delegados que cuidaram da investigação sejam ouvidos ainda nesta quarta-feira.

Ainda há a previsão de julgamento por desembargadores do TJ-MG de habeas corpus em favor de Fernanda Castro, outra suposta amante do goleiro que está presa no complexo feminino Estevão Pinto, na capital mineira, por ser réu no processo.

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