Lílian Machado/Tribuna

 Além do DEM que pode perder algumas de suas forças para o governo petista, conforme informado na edição de ontem da Tribuna da Bahia, um novo caminho pode estar sendo traçado também pelo Partido Trabalhista Nacional – PTN – legenda que ampliou o seu quadro de integrantes no legislativo estadual baiano nas eleições deste ano, de um para três deputados.

 O partido, que durante o pleito se aliou ao projeto do PMDB na campanha ao governo do Estado e anteriormente integrou a bancada de oposição ao lado dos democratas, se considera agora livre para escolher um novo destino. Um dos influenciadores da possível mudança de postura da legenda seria o vice-governador eleito, Otto Alencar (PP), que possui ligações estreitas com representantes do PTN.

 

O PSC – partido que tem as deputadas Maria Luiza Carneiro e Ângela Souza, como simpatizantes da gestão do PT – também pode seguir para a base governista.

O PTN, que ainda não assumiu qual rumo tomar dentro do parlamento, pode estar se articulando para ingressar no governo. Ontem, o presidente estadual da legenda, deputado João Carlos Bacelar, disse que o partido estava “livre, leve e solto”, com autoridade para decidir sobre o seu próprio futuro. “Quis dizer com isso que não tenho mais líder.

Sou presidente de um partido, mas não sou subordinado a ninguém. Ressalto que terei a responsabilidade de conversar com todos e de uma coisa eu não tenho dúvida: que a nossa decisão será coesa”, afirmou o parlamentar reeleito. Bacelar, entretanto, negou os rumores de que está de “malas prontas” para o governo, como tem se ouvido nos corredores da Assembleia, mas não descartou futuras conversas. Ele enfatizou ainda que tem simpatia pelo governador Jaques Wagner e forte amizade com o ex-conselheiro Otto Alencar.

 “Com o governador possuo apenas divergências políticas, mas tenho muita admiração pessoal por ele”. Segundo o dirigente do PTN, a “amizade e a afinidade” com Otto também podem ajudar, mas não são fatores determinantes para uma aliança.

Reeleição de Wagner é destaque

Apesar de rejeitar a ideia no momento, o deputado ressaltou que a questão da reeleição do governador petista não pode ser desconsiderada. “Há um fato real que não posso deixar de admitir: que nós não conseguimos convencer a população de que o projeto de Wagner não era o melhor. A população da Bahia votou majoritariamente nele”, considerou. Conforme Bacelar, uma decisão deve ser tomada em breve. “Não podemos ficar em cima do muro”, prometeu.

Nos bastidores comenta-se que o caminho de sua ida para o governo estaria aberto. Durante a campanha, Bacelar fez dobradinhas com candidatos a deputado federal pelo PT, em alguns municípios, a exemplo de Walmir Assunção, Sérgio Carneiro e Rui Costa. Além disso, a maioria dos prefeitos que apoiaram sua reeleição estava ao lado do atual governador – o que pode gerar uma pressão de apoio à atual gestão estadual.

Outra legenda que tem chances de cair nos braços do governo é o Partido Socialista Cristão (PSC). Mesmo tendo formado coligação com o PMDB na campanha, a sigla pode não se sustentar na oposição. Uma das integrantes que já declarou clara simpatia ao possível ingresso no governo é a deputada reeleita Ângela Souza. “Wagner é o meu governador, estive ao seu lado por um bom período, mas dependo de uma decisão do meu partido. Vamos esperar a poeira assentar para decidirmos”, disse.

O enlace não é descartado pelo presidente estadual do partido, Eliel Santana, no entanto, segundo ele, qualquer deliberação só será anunciada após reuniões com o diretório estadual e nacional. (LM)   

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