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O candidato do DEM ao Governo da Bahia, Paulo Souto, chegou discretamente às 9 horas ao Colégio Estadual Pedro Calmon, em Salvador, para votar. O ex-governador estava acompanhado da mulher, Isabel Souto, e dos deputados federais Antonio Carlos Magalhões Neto, candidato à reeleição, e José Carlos Aleluia, que tenta uma vaga ao Senado.

 Diferentemente de outros tempos, quando o ex-senador Antônio Carlos Magalhães participava ativamente do pleito, não havia militância acompanhando Souto, o que reflete a campanha de menor poderio do partido na atualidade. Em eleições passadas, centenas de pessoas uniformizadas, com bandeiras e carros de som, acompanhavam as então coligações pefelistas.

 Em entrevista, Souto pregou cautela ao falar do resultado das eleições e preferiu não prever o futuro. “Eu digo que estou aqui para esperar a decisão da população. De qualquer forma, eu sinto que cumpri o meu dever de cidadão, de baiano, apresentando propostas para a melhoria do estado e expondo as minhas intenções. Afinal, a Bahia tem grandes problemas para ser resolvidos”, discursou.

Apesar de contar com a possibilidade de segundo turno, o candidato sequer quis falar sobre a estratégia que assumiria caso fosse adiante nas eleições, provavelmente contra o adversário Jaques Wagner (PT). “Eu realmente prefiro não falar sobre este assunto. A minha missão foi cumprida e agora eu espero pelo que o povo decidirá”.

Já ACM Neto e Aleluia estavam mais confiantes que o ex-governador. O neto do senador falecido declarou que o segundo turno nacional está consolidado entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) e que, na Bahia, a possibilidade é forte, contando ainda com a possibilidade de que, como em 2006, as pesquisas sejam desmentidas e haja a virada do candidato que não é apontado pelas consultas como o vencedor da disputa. A grande esperança reside exatamente nos eleitores indecisos.

Segundo pesquisa Datafolha, Souto é o segundo colocado na disputa, com 21% dos votos. Jacques Wagner (PT) lidera, com 48%, e o terceiro colocado é Geddel Vieira Lima, com 12% do total.

“Atualmente, há um silêncio do eleitorado no estado e nós esperamos que esse silêncio seja desfeito”, disse. Neto ironizou ainda os adversários e disse que, no fim das contas, o carlismo ainda é a grande força histórica da política da Bahia. O “recrutamento” de ex-aliados de seu avô por parte dos adversário – Otto Alencar para o grupo petista e César Borges (PR) por Geddel Vieira Lima – mostra que o modelo político do ex-senador ainda é forte na Bahia e necessário a todos os grupos atuais.

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