A Tarde
A equipe de campanha do candidato Paulo Souto (DEM) protocolou nesta quarta-feira, 22, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) representações contra duas propagandas veiculadas por entidades privadas e favoráveis ao governo do Estado. O partido pede a retirada das publicidades e a aplicação de multa tanto ao candidato Jaques Wagner (PT) quanto às entidades envolvidas.
Em uma das peças, três organizações de torcedores do Esporte Clube Bahia agradecem ao governo baiano pela reforma do Estádio de Pituaçu e elogiam a construção da Nova Fonte Nova. “É preciso expressar o sentimento de gratidão do torcedor do Bahia à reforma do Estádio de Pituaçu. (…) Isso só foi possível porque o governo do Estado da Bahia apoia o fortalecimento do futebol baiano, assim como está construindo a Nova Fonte Nova”, diz a peça, publicada em três jornais da capital e também veiculada em um outdoor móvel na Avenida Paralela.
O anúncio é assinado pelas organizações Bahia Livre, Unidade Tricolor e Revolução Tricolor, todas elas de oposição à atual diretoria do clube. A diretoria do Bahia divulgou uma nota declarando que o anúncio tinha “claro objetivo de favorecer um dos candidatos” e ressaltando que não apoia candidatura.
A outra propaganda, veiculada em ônibus da capital, estampa os dizeres “O Hospital do Subúrbio é seu. A primeira parceria público privada na área de saúde do Brasil”, junto com uma foto do novo hospital e a assinatura da Prodal, o consórcio de empresas que administra a unidade.

“As peças têm potencial de produzir efeito eleitoral e a Justiça Eleitoral pode mandar retira-las”, avaliou o procurador da República Augusto Aras, especialista em Direito Eleitoral. Segundo ele, para que o candidato Wagner seja punido, é necessária a comprovação de que ele teve alguma influência na veiculação das peças.
A propaganda institucional é proibida durante todo o período eleitoral, argumento usado pelo DEM para pedir a retirada das peças.
Motivações – Tanto as entidades de torcedores como a Prodal negaram qualquer influência de Wagner para a publicação das peças. “Dividimos entre os membros o valor de veiculação das propagandas. Cada um pagou o que podia”, disse Danilo Monteiro, um dos líderes da Revolução Tricolor.
“Não tivemos intenção de beneficiar candidato, mas de mostrar que nós, torcedores, também representamos o Bahia”, declarou Danilo.
O presidente da Prodal, Jorge Oliveira, diz que a propaganda é uma determinação do contrato. “Temos obrigação de dar ampla divulgação ao funcionamento da unidade, para que a população possa recorrer a ela”, explicou.
