Eduardo Kattah/BELO HORIZONTE – O Estado de S.Paulo

A exemplo da disputa pela Presidência, a sucessão estadual em Minas Gerais se tornou uma eleição plebiscitária, conforme avaliou o ex-governador Aécio Neves (PSDB). Após um jantar na noite de quarta-feira, 8, oferecido por profissionais do setor cultural em apoio ao governador tucano Antonio Anastasia, candidato à reeleição, Aécio evitou rebater as críticas feitas à gestão do PSDB no Estado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o ex-governador, a decisão do eleitor, seja no plano federal ou estadual, se dará pela continuidade ou não dos projetos em vigor.

“Eu pelo menos propunha que não houvesse isso, que fosse uma outra construção política, mas o que ocorreu a nível nacional e a nível estadual é exatamente isso, virou eleição plebiscitária e os mineiros estão optando majoritariamente, de forma crescente, pela continuidade e pelos avanços do atual projeto”, afirmou. “Preferiria que tivéssemos outras opções, mas hoje o que existe é uma eleição plebiscitária e vamos vencê-la.”

Diante do crescimento de Anastasia nas intenções de voto, a campanha de Hélio Costa (PMDB) tenta nacionalizar a disputa, pregando o alinhamento político entre Estado e governo federal e apostando em Lula como cabo eleitoral. Na quarta-feira à noite, em um comício realizado em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, Lula deixou de lado a polêmica envolvendo a violação de dados fiscais de pessoas ligadas ao PSDB e mirou seus ataques na gestão tucana em Minas.

Emenda 29

O presidente sugeriu ao candidato peemedebista que nos próximos debates destaque os investimentos federais no Estado e acusou o governo mineiro de não investir o porcentual mínimo (12%) exigido na saúde conforme a Emenda 29. Disse que o Estado colocava apenas 6%.

Nesta quinta-feira, 9, Anastasia, mesmo evitando qualquer confronto com Lula, rebateu a declaração. A administração estadual, com base numa instrução normativa (11/2003) do Tribunal de Contas do Estado (TCE) – que considera outras despesas com ações e serviços públicos de saúde – alega que investe mais 12% do Orçamento na área.

“Já é um assunto antigo. Enquanto não for regulamentada a Emenda Constitucional 29, que tem de ser regulamentada pelo Congresso Nacional, e naturalmente com a participação do próprio governo federal, que tem a maioria nas duas Casas, nós devemos ter sempre respeito às decisões dos Tribunais de Contas de cada Estado”, afirmou o governador, para quem talvez o presidente tenha recebido algum dado “equivocado”. “Aplicamos de maneira extremamente adequada. Tanto é assim que as nossas contas são aprovadas pelo Tribunal de Contas e nós temos o aval do próprio governo federal para os empréstimos.”

Aécio minimizou as críticas de Lula, atribuindo-as ao período eleitoral. “Agora é momento de campanha, é natural que em uma campanha possa haver alguns rompantes aqui ou acolá”.

Plano

Anastasia lançou nesta quinta seu plano de governo com propostas e metas para o período de 2011 a 2014. O documento inclui 365 compromissos para melhorar a qualidade de vida e aumentar a renda da população e incrementar os indicadores sociais do Estado.

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