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SÃO PAULO – O governo mexicano identificou sete dos acusados pela chacina de 72 imigrantes no mês passado em um rancho em San Fernando, no estado de Tamaulipas. Durante uma coletiva nesta segunda-feira, 6, o porta-voz da Secretaria de Segurança, Alejandro Poiré, disse que um dos sobreviventes ao ataque reconheceu três cadáveres como parte do grupo responsável pelos assassinatos. Outros três suspeitos mortos em combate com o Exército e um jovem que foi detido também são acusados. Segundo o porta-voz, ao menos um dos reconhecidos é mexicano.

Alex Cruz/Efe

Alex Cruz/Efe

Poiré anuncia a identificação dos suspeitos autores de chacina contra imigrantes

Os três corpos encontrados – graças a uma chamada anônima, cujo autor afirmou serem os responsáveis pelo homicídio – no dia 30 de agosto em uma estrada de Abasolo, e foram identificados pelo sobrevivente hondurenho como responsáveis pela chacina.

A prática de informar a presença de homens armados ou indicar onde podem ser encontrados corpos é habitual entre os cartéis da droga, para causar problemas a organizações rivais. As duas mulheres encontradas mortas junto aos supostos autores do massacre ainda não foram identificadas.

De acordo com a imprensa local, Poiré também confirmou a informação do presidente salvadorenho, Mauricio Funes, de que há um terceiro sobrevivente à chacina. O porta-voz disse que o sobrevivente está nos EUA e ainda não se sabe se ele testemunhou as mortes.

Enquanto isso, em entrevista à rede americana de televisão CNN, Funes afirmou que se encontrará com o presidente mexicano, Felipe Calderón, para avançar numa estratégia regional de combate ao crime organizado. Ele explicou que a ideia é realizar “um combate juntos” contra os carteis de drogas em vez de seguir com “esforços isolados”.

As vítimas do crime no México eram de cinco países: Brasil, Equador, El Salvador, Guatemala e Honduras. Até agora, somente 12 cadáveres hondurenhos foram plenamente identificados e entregues a seus familiares.

Narcotráfico

A polícia acredita que os imigrantes foram mortos por traficantes do cartel Los Zetas após se negarem a trabalhar como matadores de aluguel para os criminosos. As únicas testemunhas do crime são o equatoriano Luis Freddy Lala Pomavilla, que entrou em contato com as autoridades, o hondurenho sob proteção policial que colabora com as investigações no México, e o terceiro sobrevivente, ainda não identificado.

Lala, no entanto, afirmou à imprensa oficial de seu país que viajava em um grupo de 76 pessoas, deixando aberta a possibilidade de que existam mais testemunhas para o crime.

Desde 2006, a violência relacionada ao tráfico de drogas no México deixou mais de 28 mil mortos, a maioria na área fronteiriça com os EUA. O governo destacou 50 mil militares para combater os traficantes.

(Com EFE)

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