A Tarde

O blogueiro João Andrade Neto, dono do site Pura Política, vai responder em liberdade ao processo criminal em que é acusado de extorsão e que resultou na sua prisão temporária por 10 dias, até ser libertado no último dia 20. Nesta quinta-feira, 2, o juiz da 9ª Vara Crime, Edmundo Lúcio da Cruz, negou o pedido de prisão preventiva feito pela delegada Gabriela Macedo, do Centro de Operações Especiais da Polícia Civil, que deu início às investigações. A decisão do juiz também contrariou o Ministério Público do Estado (MP-BA), que representou pela prisão.

Nesta quinta, por meio do seu advogado, Cláudio Mota, Andrade Neto alegou problemas de saúde para não falar com a imprensa. “Os últimos acontecimentos o deixaram abalado”, assinalou o advogado, que não quis dar detalhes do processo. “A ação corre em segredo de Justiça”, afirmou Mota, ressaltando, contudo, que o resultado já era esperado. “Os requisitos necessários à decretação da prisão preventiva não existem”, assinalou, ressaltando que o blogueiro tem ocupação definida e residência fixa.

Mota também descartou possíveis complicações para Andrade Neto por manter no ar o site Pura Notícia, que repete o mesmo estilo denuncista do site Pura Política, agora desativado. “Não há crime em divulgar notícias”, alegou o advogado.

A delegada Gabriela Macedo disse não ter sido surpreendida com a decisão do juiz, mas ressaltou que o entendimento do juiz  pode ser modificado e o blogueiro retornar à  prisão. “Vai depender dele. O juiz está lhe dando um crédito”, avaliou a delegada, que, mesmo entendendo que Neto, em liberdade, poderia interferir no andamento do processo, elogiou a decisão do juiz da 9ª Vara Crime.

“A Justiça faz uma avaliação mais fria, longe do calor das investigações”, disse a delegada. “Mas intimidação de testemunhas, o não-comparecimento às audiências e prejuízos ao desenrolar do processo são alguns dos motivos para a uma nova prisão”, explicou a delegada.

O blogueiro foi preso no dia 11 de agosto, durante a Operação Fúria, flagrado com dinheiro que teria extorquido de um empresário baiano.

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